Nomes foram aprovados por comissão do Senado nesta terça; plenário principal ainda vai analisar. Galípolo foi ‘número 2’ de Haddad e é cotado para presidir BC em 2025. Santos deve ser o primeiro diretor negro do banco. Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (4) os nomes do economista Gabriel Galípolo e do auditor-chefe do Banco Central Ailton Santos para comandar diretorias do BC pelos próximos quatro anos.
Galípolo e Santos foram sabatinados pelos senadores nesta terça, e ainda passarão pelo crivo do plenário do Senado – a votação deve acontecer ainda na terça. Se aprovados, tomarão posse nos cargos em data a ser definida.
Gabriel Galípolo foi indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad para assumir a Diretoria de Política Monetária do Banco Central. Já Ailton Santos, se aprovado, será o novo diretor de Fiscalização do órgão.
O Banco Central ganhou autonomia administrativa em uma lei sancionada em 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro. Com isso, diretores e presidente passaram a ter mandato fixo de quatro anos.
O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina no fim de 2024 – e Galípolo já é cotado para substituí-lo.
Desde a posse, o governo Luiz Inácio Lula da Silva trava um embate com Campos Neto pela taxa básica de juros (Selic). O governo pressiona por uma redução da taxa, o que estimula o crescimento da economia. O BC resiste, apontando risco de alta da inflação.
Veja abaixo os perfis dos indicados às diretorias do Banco Central:
Gabriel Galípolo, indicado à Diretoria de Política Monetária
Quem é Gabriel Galípolo
Indicado ainda na transição de governo, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda (ou seja, “número dois” do ministro Fernando Haddad) até maio.
Formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Professor universitário, deu aulas de 2006 a 2012 nos cursos de graduação da PUC-SP, onde se formou.
Foi presidente do Banco Fator, instituição com tradição em programas de privatização e parcerias público-privadas (PPPs), de 2017 a 2021.
O economista esteve à frente do banco durante os estudos para o processo de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
O desenvolvimento de um modelo de parceria público-privada para a Cedae começou em 2018 pelo consórcio liderado pelo Banco Fator, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Especialista no assunto, Gabriel Galípolo ministrou aulas sobre PPPs e concessões na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).
Em sua atuação na gestão pública, foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, em 2007, na gestão do então governador José Serra (PSDB).
No ano seguinte, ainda durante governo do tucano, assumiu o cargo de diretor de Estruturação de Projetos na Secretaria de Economia e Planejamento de São Paulo.
Em 2009, fundou a Galípolo Consultoria, onde trabalhava até chegar ao Ministério da Fazenda.
Ailton Santos, indicado à Diretoria de Fiscalização
Ailton Aquino nasceu em Jequié, no sudoeste da Bahia
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Natural de Jequié (BA), Ailton Aquino dos Santos pode ser o primeiro negro a ocupar uma diretoria do Banco Central. O banco foi fundado em 1964, há 58 anos.
Santos trabalha no BC há 25 anos, onde é auditor chefe.
Ele se formou em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e em Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), em Brasília.
Além disso, o auditor tem outras três especializações em direito público, engenharia econômica de negócios e contabilidade internacional.
Fonte: G1 Read More