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09/11/2023 Empresa de aluguel de espaços de coworking aderiu ao Capítulo 11, regra que permite manter as operações e adiar os prazos de pagamento, enquanto busca sanar as dívidas financeiras. Franquia brasileira tem operação independente e passa por outro processo. O problema financeiro da companhia refletiu na cotação das ações da empresa, negociada na bolsa norte-americana New York Stock Exchange
Brendan McDermid/Reuters
A WeWork, empresa de aluguel de espaços de coworking norte-americana, entrou com pedido de de proteção a falência na noite de segunda-feira (6), nos Estados Unidos. As unidades brasileiras da empresa, porém, não devem sofrer qualquer alteração, pois são uma joint venture independente.
Em nota enviada ao g1 nesta quinta-feira, a WeWork LATAM esclarece que a joint venture formada aqui tem o SoftBank Latin America Fund como portador da maioria das ações da empresa. O grupo detém controle da operação na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México desde 2021.
“Como tal, o anúncio feito pela WeWork Inc. de entrar com pedido de Chapter 11/Recuperação Judicial nos Estados Unidos não inclui a WeWork LATAM, como bem destacou em seu anúncio oficial: os franqueados da WeWork em todo o mundo não são afetados por esses processos”, diz a nota.
De acordo com a empresa, as operações na América Latina registraram um crescimento superior a 31% em receita na primeira metade do ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Houve também um crescimento de receita 26% maior no segundo trimestre de 2023 quando comparado ao mesmo período em 2022.
“Estamos confiantes de que temos solidez financeira e o melhor time trabalhando na construção de um futuro no qual o trabalho se tornará uma experiência inspiradora e enriquecedora para todos os nossos membros, pelos próximos anos”, finaliza a empresa.
Proteção contra a falência
A empresa que aderiu ao Capítulo 11, regra jurídica das leis de falência dos EUA que permite o devedor manter as operações e adiar os prazos de pagamento, enquanto busca sanar as dívidas financeiras, foi a WeWork Inc. A empresa controla as operações do WeWork nos EUA e Canadá.
Em nota enviada ao g1, a empresa afirma que “apenas as operações da WeWork nos EUA e no Canadá estão entrando em um processo de reorganização financeira”.
“Todos os outros países em que a WeWork opera, inclusive onde temos operações de franquia ou joint venture, não estão envolvidos neste pedido”, diz a empresa.
O balanço financeiro da WeWork Inc foi prejudicado nos últimos meses por conta da pandemia da Covid-19. Como muitos escritórios optaram por trabalhar de casa, os donos das empresas decidiram por rescindir o contrato de aluguel, prejudicando a economia da WeWork.
E embora a WeWork tenha tido algum sucesso ao contratar grandes conglomerados como clientes, muitos dos seus clientes eram startups e pequenas empresas, que reduziram os seus gastos à medida que a inflação disparava e as perspectivas econômicas locais pioravam.
Somando-se aos problemas, estava ainda a concorrência de seus próprios proprietários. Antigamente, as grandes imobiliárias faziam apenas contratos de longo prazo, e nos últimos anos, passaram a também oferecer serviços de curto período — modelo de negócio da WeWork. Isso ampliou a competição no setor.
Pouco antes da WeWork pedir falência, Adam Neumann, o fundador da WeWork, disse em comunicado: “Acredito que, com a estratégia e a equipe certas, uma reorganização permitirá que a WeWork emerja com sucesso”.
Conheça Adam Neumann, o fundador da WeWork que conseguiu arrecadar US$ 1 bilhão para novo projeto
O problema financeiro da companhia refletiu na cotação das ações da empresa, negociada na bolsa norte-americana New York Stock Exchange. Entre janeiro e novembro, o preço dos papéis caiu 98,5% — o que antes custava US$ 56 (R$ 273,36), nesta quinta-feira (9) está a US$ 0,84 (R$ 4,11).
Um porta-voz da WeWork disse à Reuters que cerca de 92% dos credores da empresa concordaram em converter sua dívida em capital sob um “acordo de apoio à reestruturação”, eliminando cerca de US$ 3 bilhões em dívidas.
Em comunicado divulgado aos investidores, a empresa declarou que reduzirá o portfólio de escritórios comerciais, concentrando na continuidade dos negócios e na prestação de serviços, “uma vez que espera que as operações globais continuem normalmente”.
Durante esse processo, os espaços WeWork permanecerão abertos e operacionais e não haverá alterações na forma como opera para seus membros, disse a empresa.
Trajetória da WeWork
Sob o comando de seu fundador Adam Neumann, a WeWork cresceu e se tornou uma das startups mais valiosa dos EUA, no valor de US$ 47 bilhões. A empresa atraiu investimentos de primeira linha, como do SoftBank e do JPMorgan Chase.
A busca de Neumann por um crescimento vertiginoso às custas dos lucros e as revelações sobre seu comportamento excêntrico levaram à sua demissão e ao descarrilamento de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em 2019.
O SoftBank foi então forçado a dobrar seu investimento na WeWork e contratou o veterano do setor imobiliário Sandeep Mathrani como CEO. Em 2021, o SoftBank fechou um acordo para abrir o capital da WeWork por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de cheque em branco.
A WeWork tinha 777 escritórios disponíveis em todo o mundo no final de junho.
*Com informações da Reuters
Fonte: G1 Read More