Expectativas pessimistas se consolidam
13/01/2025MEIs têm até o fim de janeiro para regularizar dívidas do Simples Nacional; veja como fazer
14/01/2025
Capital paulista lidera a lista com o metro quadrado a R$ 57,59 por mês, mostra o Índice FipeZAP. Levantamento acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras. Vista de prédios e área verde em São Paulo.
Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo é a capital mais cara para se viver de aluguel no Brasil. É o que mostram dados do Índice FipeZAP, divulgados nesta terça-feira (14).
Para morar na capital paulista, é necessário desembolsar, em média, R$ 57,59/m² por mês. No caso de um imóvel de 50 metros quadrados, por exemplo, o valor médio de locação é de R$ 2.879.
Já a segunda capital mais cara fica na região Sul: Florianópolis (SC) tem custo médio mensal de aluguel de R$ 54,97/m². Para um imóvel de 50m², o valor chega a R$ 2.748.
O Recife (PE) vem em terceiro lugar, com custo de R$ 54,95/m² ou R$ 2.747.
O Índice FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras — sendo 22 capitais. Os dados são referentes a dezembro de 2024.
Paula Reis, economista do DataZAP, explica que fatores como a renda dos moradores das cidades, a densidade demográfica e a escassez de terrenos e imóveis ajudam a pressionar os preços de locação.
“São Paulo, por exemplo, é a maior cidade do Brasil e com um vasto mercado de trabalho. É densamente povoada e suas áreas mais valorizadas têm escassez de terrenos, o que limita a oferta — ainda que haja alta demanda —, impactando nos preços”, diz.
Enquanto isso, Florianópolis tem investido em infraestrutura, ressalta a especialista.
“A cidade oferece uma qualidade de vida que passou a ser mais desejada durante a pandemia. O crescimento populacional, revelado pelo último Censo do IBGE, também impulsionou o mercado imobiliário”, acrescenta.
LEIA MAIS
CASA PRÓPRIA: Preço de imóveis disparam quase 8% em 2024
FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO: Caixa eleva os juros; entenda como era e como fica
INFLAÇÃO x VIDA REAL: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Na ponta de baixo da lista, três capitais do Nordeste concentram os aluguéis residenciais mais baratos do país. Eles chegam a custar menos da metade das cobranças em São Paulo e Florianópolis.
Teresina (PI) ocupa a última colocação do ranking, com imóveis a R$ 22,49/m². Logo à frente, estão Aracaju (SE), com custo de R$ 24,90/m², e Fortaleza (CE), de R$ 32,61/m². Seguindo o mesmo exemplo de imóveis de 50 metros quadrados, os aluguéis seriam de:
Teresina: R$ 1.124
Aracaju: R$ 1.245
Fortaleza: R$ 1.630
Segundo o censo, há mais brasileiros vivendo em imóveis alugados
Média nacional subiu quase o triplo da inflação em 2024
Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024, segundo o Índice FipeZAP. O resultado ficou 2,66 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando o avanço foi de 16,16%.
O aumento anual foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,83% no ano. Com isso, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 8,67%.
Paula Reis, do DataZAP, explica que o aumento acima da inflação está relacionado ao desempenho da economia brasileira — em especial ao mercado de trabalho, que segue forte.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre terminado em novembro, mostrou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
“Os dados de emprego são fator importante para o mercado de locação”, explica. Na prática, quando um número maior de pessoas possui renda, a tendência é que haja uma maior procura por imóveis, o que colabora com a alta dos preços.
Segundo a economista, há chances de uma alta ainda maior em 2025 devido a dois fatores:
projeções ainda otimistas para o mercado de trabalho;
e um mercado de venda de imóveis restrito em meio ao encarecimento do crédito imobiliário, que acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
Alta nas cidades
De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não teve alta real no preço médio do aluguel em 2024: Maceió (AL), cujo aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação do ano.
Quando observadas apenas as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com os números, a capital baiana também lidera o ranking geral.
Veja na arte abaixo.
Avanço no preço do aluguel residencial em 2024
Arte/g1
Preço do aluguel
O preço médio dos novos contratos de aluguéis, calculado para as 36 cidades, é de R$ 48,12/m², segundo dados de dezembro. Considerando essa base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 — quase R$ 279,50 acima do ano anterior (R$ 2.126,50).
A cidade mais cara da lista é Barueri (SP), onde o aluguel custa, em média, R$ 65,41/m². No caso de uma residência de 50 metros, o valor mensal no município é de, aproximadamente, R$ 3.270,50.
Enquanto isso, a cidade com o metro quadrado mais barato é Pelotas (RS), custando R$ 18,61, em média.
Veja o preço médio do aluguel por cidade (m²), conforme dados de dezembro:
Fonte: G1 Read More