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IPCA-15 tem maior alta para fevereiro desde 2016, mas sobe abaixo das expectativas do mercado
25/02/2025
Ministro participou de evento promovido por um banco em São Paulo. Para Haddad, governo precisa rediscutir com o Congresso temas econômicos. Ele também defendeu a regulamentação do crédito com garantia do FGTS. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Adriano Machado/ Reuters
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (25) que a agenda para as contas públicas “não pode perder ímpeto e momento” com a troca no comando na Câmara dos Deputados e no Senado.
Ele participou do CEO Conference, em São Paulo, promovido pelo BTG Pactual.
“Temos que ver quem vão ser os relatores [das propostas prioritárias para a economia], a disposição de líderes da oposição e da situação, para reendereçar temas importantes”, declarou o ministro Haddad.
Ele disse que o orçamento é extremamente engessado no Brasil, com mais de 90% das despesas classificadas como obrigatórias.
Nesse caso, para alterar a destinação dos recursos, leis têm de ser aprovadas no Congresso Nacional. “Temos de buscar desengessar”, afirmou.
No fim do ano passado, para abrir espaço no orçamento a despesas dos ministérios, o governo enviou um pacote de corte de gastos ao Legislativo, com contenção no ritmo de aumento do salário mínimo, além de mudanças no abono salarial, entre outros. Após ajustes, o texto foi aprovado pelo Legislativo.
“Não conseguimos aprovar todas as medidas do fim do ano passado. Vimos declarações do Congresso que iriam apertar, mas chegou lá afrouxou [o alcance do pacote]. Na hora de tomar a decisão, o Executivo foi mais assertivo que o Legislativo. Não é tão simples quanto as pessoas pensam”, afirmou o ministro.
Projetos enviados ao Congresso Nacional
Questionado sobre as iniciativas enviadas pela área econômica ao Legislativo neste ano, contendo 25 projetos, Fernando Haddad avaliou que todos tratam de temas importantes.
“Acertar na inteligência artificial é muito importante. Se largar mal, vai perder investimento e é uma janela que pode se fechar. Tem que acertar a mão na lei”, disse.
Ele disse, também, que o projeto para regulamentar o crédito consignado do setor privado, com garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), vai ser uma revolução no mercado de crédito.
“Tem muita gente com dez, 15 anos de carteira assinada. Por que não consegue oferecer como garantia seu contracheque e ter juro 50%, 70% menor? Isso vai acontecer. Para mim, é algo estrutural e vai favorecer trabalhador que paga 5,5% ao mês no CDC. Vai ajudar empreendedorismo, a pessoa vai ajudar alguém da família a empreender”, declarou.
Contas públicas e relação com o Congresso
Na agenda para as contas públicas, o ministro da Fazenda afirmou que é preciso “fazer a conta chegar em quem tem como pagar”.
Para ele, não se pode fazer ajuste fiscal “na parte mais fraca da sociedade”. Haddad voltou a defender a redução dos benefícios fiscais para alguns setores da sociedade.
“Vamos corrigir distorções e distribuir essa responsabilidade de maneira socialmente justa. Desafio da equipe econômica é grande, combater esse patrimonialismo que há no Brasil para fazer a conta fechar. Sem crescimento econômico, o Brasil não vai conseguir fazer o ajuste”, frisou Haddad.
“E não vai conseguir ter crescimento econômico se bombardear o andar de baixo. É fazer a prosperidade chegar a mais pessoas”, completou Haddad.
Segundo o ministro, o Congresso Nacional aprovou de 60% a 70% dos projetos relacionados com as contas públicas, como medidas, por exemplo, para aumentar a arrecadação.
E disse que o governo está tentando pacificar o uso das emendas parlamentares em discussão com o Legislativo no Supremo Tribunal Federal.
“Governo e Legislativo estão tentando encontrar um meio termo […]. Isso precisa se acertar, eu vejo boa vontade das partes”, concluiu.
Fonte: G1 Read More