
Boletim Focus: mercado reduz estimativa de inflação e de crescimento da economia em 2025
24/03/2025
‘Uma taxa de juro elevada atrapalha a economia porque encarece o crédito’, diz Alckmin
24/03/2025
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,73%, cotada a R$ 5,7171. O principal índice da bolsa encerrou com alta de 0,30%, aos 132.345 pontos. Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
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O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira (24), com o mercado na expectativa pelo anúncio de novas tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometidas para o próximo dia 2. Por volta das 9h50, a moeda era vendida a R$ 5,77.
Uma reportagem do site americano Bloomberg News apurou que Trump planeja anunciar tarifas mais direcionadas sobre determinados países e blocos econômicos no começo de abril, quando está previsto o anúncio de todas as tarifas recíprocas prometidas pelo presidente.
Regiões onde os EUA têm um superávit comercial (quando os norte-americanos vendem mais para o país do que compram dele), no entanto, podem ser poupadas dessas taxas.
Nesse sentido, nesta manhã, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse que “o Brasil não é um problema para os EUA” e lembrou que o país norte-americano tem superávit comercial com o Brasil.
Mesmo assim, o mercado brasileiro teme que as taxas americanas possam ser mais duras e que atinjam as indústrias brasileiras — principalmente tendo em vista que os EUA são o principal importador de produtos com alto valor agregado do país, como máquinas e aviões, por exemplo.
Tarifas altas sobre a importação de produtos nos EUA podem elevar os preços de bens e serviços dentro do país, elevando a inflação e diminuindo o consumo. Com essas perspectivas, o mercado está mais pessimista com a economia norte-americana e com o efeito em todo o mundo, tendo em vista que essa é a maior economia do mundo.
Além disso, o aumento das tarifas pode reduzir o nível de exportações dos países que vendem seus produtos aos EUA, como o Brasil, o que pode impactar a força da atividade econômica do país.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 09h53, o dólar subia 0,76%, cotado a R$ 5,7607. Na máxima do dia, atingiu os R$ 5,7722. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira (21), a moeda americana teve alta de 0,73%, cotada a R$ 5,7171.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,46% na semana;
recuo de 3,37% no mês; e
perda de 7,49% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na sexta, o índice teve alta de 0,30%, aos 132.345 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 2,63% na semana;
avanço de 7,77% no mês; e
ganho de 10,03% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
As tarifas de Trump voltaram a ocupar um espaço central nas atenções dos mercados financeiros globais na semana seguinte à reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que manteve os juros dos EUA inalterados entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Trump prometeu impor uma complicada enxurrada de tarifas recíprocas na próxima semana, cujos detalhes não estão claros, exceto que devem ser calculados para refletir o impacto das tarifas estrangeiras, bem como impostos estrangeiros de valor agregado sobre importações.
Segundo especialistas, várias reuniões diplomáticas entre os países são esperadas nas próximas semanas para entender como os tarifas vão funcionar e tentar negociar isenções e uma postura mais flexível.
No entanto, enquanto o ambiente for marcado por incertezas, o mercado deve continuar reagindo buscando “refúgios seguros” para o dinheiro, disse Bob Savage, chefe de estratégias macro do BNY, em uma nota enviada aos clientes.
O principal “refúgio seguro” do mercado são as Treasuries, os títulos públicos norte-americanos. Em momentos de incertezas, os investidores migram seus investimentos para esses ativos considerados seguros, o que valoriza o dólar e outras divisas tradicionais em detrimento de outras moedas, principalmente as de países emergentes.
Os temores são de que, com as tarifas, uma guerra comercial possa se acentuar. E taxas elevadas entre os países tendem a encarecer os preços dos produtos, elevando a inflação e impactando o consumo e a atividade econômica.
Além das expectativas com a política tarifária de Trump, a semana é marcada por uma série de divulgações importantes, com destaque para a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que elevou a Selic, taxa básica de juros, a 14,25% ao ano na semana passada, e para novos números de inflação nos EUA.
Nesta segunda, também, o BC divulgou a nova edição do Boletim Focus — relatório que reúne a média das projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país.
Nesta edição, houve a segunda redução consecutiva nas expectativas para a inflação de 2025, que passaram de 5,66% para 5,65%. Mesmo com a queda, se essas projeções se concretizarem, a inflação brasileira encerrará mais um ano acima da meta, que é de 3% e pode oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada oficialmente cumprida.
As expectativas também caíram para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, passando de 1,99% para 1,98%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: G1 Read More