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08/04/2025
Câmara setorial da Abimaq espera aumento de 8% no faturamento deste ano, mas longe do recorde de 2022. Elevada oferta de milho e soja adia grandes investimentos em tecnologias, analisa Pedro Estevão. Colheita de milho no Mato Grosso do Sul
Reprodução/TV Morena
Depois de um ano de ocorrências climáticas extremas e outros fatores que levaram a uma queda considerável no faturamento, o segmento de máquinas agrícolas brasileiras espera voltar a elevar as vendas, mas uma retomada plena somente deve ocorrer em 2027, projeta Pedro Estevão, presidente da câmara que representa o setor na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
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O fator mais determinante para essa conta, segundo ele, é a elevada produção recente de soja e milho, culturas que representam cerca de 60% da demanda por equipamentos e tecnologias no campo. Com matéria-prima de sobra, a remuneração ao produtor diminui, assim como a disponibilidade dele em fazer novos investimentos.
“Você tem uma superoferta de soja, então o preço está baixo, está US$ 10 o bushel [unidade de medida para produtos secos que equivale a 27 quilos], quando estava muito bom, na euforia, estava a US$ 17 o bushel, então você tem uma amplitude de variação muito grande”. (…) Em 2025 e 2026 a gente não consumiu esse excesso [de soja e milho] ainda, talvez em 2027 seja o preço um pouco melhor, e quando você tem um preço melhor, o pessoal compra máquina”, afirma o dirigente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq.
A expectativa para 2025 é de que as vendas consolidem um faturamento de R$ 66 bilhões, 8% acima dos R$ 61 bilhões registrados em 2024, quando a baixa foi de 20%, e semelhante ao resultado de 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19.
Ainda assim, o valor está longe do potencial de vendas do mercado. Em 2022, o setor bateu recorde ao faturar R$ 97 bilhões.
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Para este ano, embora o clima favoreça a produção, um dos pesos contrários na balança é a elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia que passa dos 14% e que pode levar a uma indexação de 20% ao ano para a aquisição de crédito nos bancos – isso, fora das linhas de financiamento do Plano Safra, ainda não anunciado para o período que vai até 2026 e praticamente esgotado para este semestre.
Outro fator é a falta de expansão de áreas de plantio, o que já ocorreu em anos anteriores.
“Nós tivemos aí em 2019, 2021, 2022, até 2023 um aumento de quase 15 milhões de hectares, então esses anos a gente teve mercado de expansão e reposição. Você tem novas áreas que entram no mercado você tem que ter máquina nova, não tem máquina sobrando. E ano passado a gente não teve expansão, ou seja, você não teve aumento de área, então o mercado cai mesmo.”
Além disso, o que está disponível para o produtor usar não está obsoleto. “Para o agricultor grande, que está sempre investindo, a frota não está velha, tem muita máquina nova no campo.”
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Fonte: G1 Read More