Trump diz que Powell está ‘atrasado e errado’ sobre juros nos EUA e que fim do mandato ‘não chega rápido o suficiente’
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No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,44%, cotada a R$ 5,8645. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos. Notas de dólar, em 10 de abril de 2025
Tatan Syuflana/ AP
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (16), cotado a R$ 5,86, conforme investidores repercutiam a continuidade da guerra comercial entre Estados Unidos e China e avaliavam novas falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).
A guerra comercial entre os EUA e a China trouxe novos capítulos. Na terça (15), a Casa Branca publicou um documento que, sem aviso prévio, informou que as tarifas sobre os produtos chineses são de até 245% agora.
No mesmo dia, a porta-voz do governo, Katherine Leavitt, disse que os EUA estão dispostos a negociar, mas indicou que é a China quem deve procurar Trump para chegar a um acordo.
Já nesta quarta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou que os EUA deveriam desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária.
Diante desse cenário, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira (16) que as tarifas impostas pelo presidente norte-americano atingiram um nível maior do que o esperado, indicando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação.
Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária do presidente americano, Donald Trump, gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente.
Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo.
“O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]”, declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.
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O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,44%, cotado a R$ 5,8645. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,12% na semana;
ganho de 2,78% no mês; e
perda de 5,10% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,67%, cotada a R$ 5,8905.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 0,50% na semana;
recuo de 1,49% no mês; e
ganho de 6,68% no ano.
Na véspera, o índice teve baixa de 0,16%, aos 129.245 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O destaque desta quarta-feira (16) fica com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.
O banqueiro central afirmou que as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, atingiram um nível maior do que o esperado, reiterando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação e maximizar o mercado de trabalho.
Powell também indicou que, diante das incertezas com o tarifaço de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros do país estável na próxima reunião (nos dias 6 e 7 de maio), enquanto aguarda “maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes”.
“O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]”, declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta.
Na segunda-feira, o diretor do Fed Christopher Waller já havia falado sobre o assunto, afirmando que a política tarifária de Trump é “um dos maiores choques a afetar a economia dos EUA em muitas décadas”.
Todo esse cenário tende a afetar a dinâmica do comércio global. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências:
➡️ As tensões crescentes entre os países, principalmente China e EUA, elevam as incertezas globais com o futuro da economia.
➡️ Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação.
➡️ Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional.
➡️ Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global.
Nesse sentido, também repercutiu neste pregão a notícia de que a Casa Branca informou em um documento Neste que as tarifas sobre a China agora são de até 245%. O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que “podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas” e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
Fonte: G1 Read More