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Quando falamos sobre fazer networking, as conexões precisam ir além de interações casuais: é necessário construir relacionamentos significativos, baseados em trocas reais e mútuo aprendizado. Quando falamos sobre fazer networking, as conexões precisam ir além de interações casuais
Getty Images via BBC
Todos os dias nos conectamos com pessoas. Seja no trabalho, no grupo de WhatsApp ou no bairro onde moramos, as interações são parte da natureza do ser humano.
Mas quando falamos sobre fazer networking (algo como uma conexão com outras pessoas com fins profissionais), as conexões precisam ir além de interações casuais: é necessário construir relacionamentos significativos, baseados em trocas reais e mútuo aprendizado.
Embora nossos vínculos pessoais mais fortes sejam construídos dessa forma, muitas pessoas sentem dificuldade em levar isso para a vida profissional.
“Parece um bicho de sete cabeças porque é feito de forma errada. Networking não é sobre fazer contatos pensando em como você pode se beneficiar. É uma via de mão-dupla, em que ambas as partes percebem valor naquela relação”, define a psicóloga e especialista em desenvolvimento de carreira Isabela Cavalheiro.
Segundo ela, a dificuldade de fazer networking também surge por falta de autoconhecimento.
Muitas pessoas acham que não têm nada a oferecer para contribuir com o desenvolvimento do outro, quando, na verdade, todos temos algo interessante a compartilhar.
“Pode ser uma experiência, uma indicação, um conhecimento específico. Tudo isso gera valor dentro de uma relação”, afirma.
A BBC News Brasil entrevistou especialistas na área de carreiras que compartilharam dicas sobre como fazer networking, manter essas conexões e evitar erros na hora de construir relacionamentos profissionais.
Por onde começar o networking?
O primeiro passo para criar uma rede de contatos é fazer uma lista de pessoas com quem você quer se conectar. Se você está começando em um novo emprego, fazendo uma transição de carreira ou mudando de cidade, por exemplo, uma dica é mapear possíveis contatos — pensando em pessoas que possuem interesses similares aos seus e que podem se beneficiar dessa conexão.
“Se eu tenho uma empresa que presta um determinado serviço, e decido abrir uma filial em outra cidade, eu preciso identificar onde estão as pessoas que podem ter interesse no meu serviço, mas também analisar quais os problemas que elas têm e como eu posso ajudar a resolvê-los. É importante que essa conexão não seja apenas interessante para mim, mas eu preciso ser interessante para ela”, explica Caroline Marcon, consultora organizacional e autora do livro O poder dos times AAA.
‘É importante que a conexão não seja apenas interessante para mim, eu preciso ser interessante para ela’, diz Caroline Marcon, consultora organizacional
Tereza Sá via BBC
Depois de identificar esses contatos, é preciso buscar formas de se conectar. Nesse sentido, participar de eventos presenciais, que reúnem várias pessoas de uma mesma área profissional, pode favorecer essas conexões.
Esses espaços são propícios para fazer networking, uma vez que as pessoas estão abertas a isso e o próprio evento cria oportunidades para o público se conectar.
“Muitos eventos têm dinâmicas específicas para as pessoas interagirem, se conhecerem e se apresentar. É uma oportunidade única para fazer e ampliar contatos”, destaca Isabela Cavalheiro.
Nessas horas, segundo a psicóloga, é necessário deixar a timidez de lado e tomar a iniciativa para conversar.
Uma dica é sentar perto de pessoas com quem você tem interesse em fazer networking ou aproveitar momentos de interação, como a pausa do café, para puxar um assunto. Caso você tenha um contato em comum com a pessoa, peça para ser apresentado. Isso também ajuda na hora de se aproximar.
“Lembre-se que você e as pessoas que estão ali, participam de um mesmo evento, então vocês já têm algo em comum, o que facilita a conexão. Pense em algo que tem a ver com o tema, se apresente, pergunte da pessoa e comece uma conversa naturalmente.”, aconselha.
Por mais desconfortável que seja tomar a iniciativa para se apresentar para alguém, é importante evitar atitudes que vão te impedir de fazer novas conexões, como ficar no celular o tempo todo ou sentar perto de quem você já conhece.
“Por mais que seja cômodo e te deixe em um lugar seguro, isso é muito ruim, porque você não vai conseguir se relacionar naquele espaço. Eventos presenciais costumam trazer oportunidades únicas. Já vi casos de pessoas que fecharam parcerias incríveis após um evento”, destaca Cavalheiro.
Uma vez feita a conexão, é importante mantê-la para além do evento. Caroline Marcon aconselha a pegar um cartão, o número de WhatsApp ou trocar contas nas redes sociais.
“É uma forma de você continuar a troca fora daquele espaço, o que é fundamental na hora de construir seu networking”, afirma.
Redes sociais facilitam conexões
As redes sociais são o principal instrumento de conexão entre pessoas nos dias de hoje e se tornam grandes aliadas na hora de fazer networking.
Participar de grupos específicos no Facebook ou LinkedIn, ou de comunidades de WhatsApp, por exemplo, ajuda um profissional a ampliar contatos.
Além disso, a rede social costuma fazer com que as pessoas se sintam mais confortáveis para mandar uma mensagem e conversar.
No LinkedIn, por exemplo, é possível se conectar com pessoas que trabalham em determinados setores e empresas, que escreveram livros e artigos que você já leu e se interessou.
Mas as especialistas alertam: é necessário saber usar essas ferramentas.
As redes sociais são grandes aliadas na hora de fazer networking
Getty Images via BBC
“Quando você convida uma pessoa para fazer parte da sua rede, é importante mandar uma mensagem se apresentando, falar sobre o trabalho dela, explicar como chegou até ela, dizer algo de valor. Isso ajuda a criar uma conexão”, aconselha Marcon, citando que mensagens grandes e que seguem um padrão não são indicadas, pois não geram interesse.
“Muita gente acha que ter uma lista de distribuição no WhatsApp é fazer networking, mas não é. Porque as pessoas sabem que o que foi enviado para elas foi enviado para outras pessoas, e muitas não vão nem ler, porque não se sentem importantes”, complementa.
Como manter o networking ativo?
Manter a rede de contatos ativa é considerado por especialistas a parte mais difícil do networking.
Questões como distância, correria do dia a dia e até mesmo subestimar a importância de tirar um tempo para falar com essas conexões podem dificultar a manutenção das relações profissionais.
Para Caroline Marcon, o networking precisa ser tratado como uma tarefa — o que requer planejamento e disciplina.
“A ativação de networking precisa ser feita de tempos em tempos, mas se a gente não coloca isso como compromisso, a gente esquece. Sugiro separar momentos na agenda, a cada 15 dias, e tirar uma hora para restabelecer contatos e reativar uma conexão”, recomenda.
Apostar nas redes sociais e em aplicativos de mensagem como o WhatsApp são boas formas de manter essas conexões.
Nessas horas, segundo a psicóloga Isabela Cavalheiro, é importante pensar em maneiras que você pode agregar para a pessoa, para que seja algo natural.
“Você pode falar sobre um evento que vai acontecer e você sabe que a pessoa se interessa, indicar locais a que você foi, mandar o link de um artigo, podcast ou reportagem que a pessoa vai gostar”, sugere.
“O distanciamento ao longo do tempo é normal de acontecer, mas se as duas pessoas veem valor naquela relação, o networking vai funcionar”, destaca.
Isabela Cavalheiro, psicóloga, especialista em desenvolvimento de carreira: ‘O distanciamento ao longo do tempo é normal de acontecer’
Arquivo pessoal via BBC
Principais erros ao fazer networking
Um dos principais erros cometidos pelas pessoas na hora de fazer networking é acionar a rede de contatos apenas quando precisam de algo.
Além de criar uma conexão que não tem futuro, já que a outra parte não vê benefício para ela na relação, você pode ser visto como interesseiro.
“O pior tipo de pessoa em uma relação é a interesseira, que só procura quando precisa de um favor. Ninguém quer ser chamado para tomar um café e a única coisa a ouvir é ‘estou precisando de um emprego, aqui está meu currículo'”, ressalta Marcon.
Assim, ao criar uma rede de contatos, é importante se conectar genuinamente com as pessoas. Isso inclui construir relacionamentos em que as duas partes são interessantes uma para outra e podem se beneficiar mutuamente.
“Sempre aconselho que as pessoas falem sobre o que elas têm a oferecer antes de pedir qualquer coisa”, destaca Marcon.
Outro erro é sair se conectando com muitas pessoas, acreditando que a quantidade de contatos te faz ter uma boa rede.
Ter uma lista enorme com o telefone de várias pessoas não se traduz em networking se essas pessoas não se lembram de você ou nem sabem quem você é.
Ao criar uma rede de contatos, é importante se conectar genuinamente com as pessoas
Getty Images via BBC
Segundo as especialistas, o networking precisa ser estratégico. Ao ir a um evento, por exemplo, conecte-se com as pessoas, mas avalie depois com quais delas há um potencial de conexão interessante e invista nessas relações.
“Você não precisa manter o networking com todas as pessoas com quem conversa. Ninguém consegue regar todos os potes de conexão que faz e manter contato frequente com todo mundo”, afirma Cavalheiro.
A psicóloga também chama atenção para o bom senso na hora de fazer networking.
Segundo Cavalheiro, é necessário avaliar se há reciprocidade na relação.
Se você fez dois, três contatos e não teve retorno, a pessoa está deixando claro que não está disponível para você. Nesses casos, insistir demais é um erro e você pode ser visto como chato.
“Eu discordo das pessoas que tentam vencer pelo cansaço. Acho que se você está tentando se conectar com alguém, e essa pessoa só foge de você, é hora de procurar outros contatos”, opina.
Por que fazer networking é tão importante?
“Se você conversar com pessoas que são bem-sucedidas profissionalmente, lideranças de grandes empresas, elas vão dizer que os relacionamentos que elas construíram ao longo da carreira foram essenciais para que elas chegassem onde estão”, afirma Caroline Marcon.
A consultora organizacional ressalta que é por meio de um networking bem feito que cada pessoa será lembrada pela rede de contatos — seja na hora de uma recomendação profissional, ou para estender a mão em uma situação difícil.
Além disso, o networking acelera a construção reputacional e abre portas para a carreira.
“O networking traz oportunidades que algumas pessoas levam anos para construir na carreira. E, na maioria das vezes, essas oportunidades vêm quando a gente menos espera, por meio de trocas genuínas que a gente teve e relacionamentos que a gente cultivou”, destaca Marcon.
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Fonte: G1 Read More