
Após revogar aumento do IOF devido à má repercussão, Haddad diz que governo não vê problema em ‘corrigir a rota’
23/05/2025
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23/05/2025
Horas após anúncio, governo desistiu de elevar imposto nas aplicações de fundos nacionais no exterior.
Para economistas, episódio reflete governo que tem medidas econômicas frágeis. Haddad e Tebet
Diogo Zacarias/MF
“A quinta-feira ainda não acabou”. A frase é dita por dez entre dez economistas, ao tratar sobre o recuo do governo no aumento do IOF sobre aplicações de fundos nacionais no exterior.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já abriu esta sexta-feira (23) se explicando sobre o episódio – visto por analistas como uma exposição de fragilidade das medidas econômicas.
O ministro disse que o governo não tem problema em corrigir rota das suas decisões. E afirmou que a medida foi alterada depois do alerta de agentes do mercado financeiro, pois poderia “passar uma mensagem que não era a desejada” pelo governo.
Alta do IOF: Haddad diz que não tem problema em corrigir rota
Ao contrário da informação de que as medidas foram negociadas ou conversadas com o Banco Central, o blog apurou que:
o BC nunca esteve nas tratativas
os integrantes da autoridade monetária são contrários a mudanças no IOF sobre aplicações de fundos no exterior – das quais o governo desistiu
ninguém na Esplanada dos Ministérios – apesar de agentes que saíram em defesa do governo – acredita que será possível passar por esse episódio sem enorme desgaste
“Foi um puxadinho”, resumiu o economista André Perfeito. Ele explicou que a correção horas depois passa uma imagem de falta de credibilidade.
A economista Carla Beni disse ao blog que o recuo transmite “coisas muito ruins”.
“A leitura é que o governo aumentou imposto e depois não segurou a pressão. Sob a ótica da comunicação é péssimo , demonstra fraqueza e suscetibilidade a pressões”, disse Carla ao blog.
Os dois economistas entendem que essa instabilidade pode alimentar ações da oposição com o objetivo de desgastar o governo.
“É um prato cheio para a oposição, economia e política num caso desse são indissociáveis”, disse André Perfeito ao Conexão Globonews.
“O recuo foi inenarrável, quando eu vi o recuo depois do anúncio… Isso descredibiliza tudo”, concluiu Carla Beni.
Fonte: G1 Read More