
Tribunal dos EUA aceita recurso de Trump e restabelece tarifaço
29/05/2025
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29/05/2025
Apesar do aumento dos ruídos políticos domésticos, com dúvidas crescentes em torno da manutenção das alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar apresentou queda firme no mercado local nesta quinta-feira, acompanhando a onda de enfraquecimento da moeda americana tanto em relação a divisas fortes quanto emergentes.
Os negócios foram guiados pela reação à decisão de ontem à noite do Tribunal de Comércio dos EUA de suspender a maior parte das tarifas comerciais impostas por Donald Trump. A percepção de que instituições americanas reagem a possíveis excessos presidenciais é vista como positiva, embora não dissipem as incertezas trazidas pela nova administração.
Além do ambiente externo favorável ao real, operadores afirmam que pode ter ocorrido entrada de capital externo para renda fixa. O Tesouro vendeu hoje a oferta integral de 3 milhões de NTN-F, papel público que costuma atrair investidores estrangeiros. O volume financeiro somou R$ 2,616 bilhões.
Afora uma alta pequena e pontual no início dos negócios, o dólar à vista operou em baixa no restante do pregão. Com mínima a R$ 5,6431, a moeda fechou em queda de 0,50%, a R$ 5,6670. A divisa sobe 0,35% na semana, mas tem perdas de 0,17% em maio. A desvalorização acumulada no ano é de 8,30%.
Na disputa jurídica, a corte de Apelações para o Circuito Federal dos EUA suspendeu, no fim da tarde de hoje, temporariamente decisão judicial anunciada ontem que havia anulado ordens executivas de Trump sobre tarifas. A medida cautelar vale “até nova ordem”, enquanto a própria Corte avalia o pedido formal do governo para suspender os efeitos da decisão de primeira instância.
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY voltou a cair abaixo da linha dos 100,000 pontos, com mínima aos 99,217 pontos. No fim da tarde, rondava pouco acima dos 99,300 pontos. A segunda leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre mostrou contração anualizada de 0,2%, menor que a esperada e que o resultado da primeira leitura (-0,3%). Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego vieram acima do esperado.
Por aqui, a pauta dominante foi a novela do IOF, que está sob ataque do setor produtivo e do Congresso. Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há alternativa, “no momento”, para o aumento do imposto. No início da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “é prudente” dar dez dias para que o governo apresente uma alternativa ao IOF e defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre no debate sobre o tema.
Bolsa
O Ibovespa teve um dia de variação contida, de cerca de 1,1 mil pontos entre a mínima (137.993,33) e a máxima (139.108,26) da sessão, em que fechou em leve baixa de 0,25%, aos 138.533,70 pontos, com novos dados sobre o mercado de trabalho doméstico, aquecido, colocando alguma pressão sobre a curva do DI desde a manhã, apesar do dia de recuo para os rendimentos dos Treasuries, nos Estados Unidos. Em Nova York, os principais índices de ações registraram alta entre 0,28% (Dow Jones) e 0,40% (S&P 500). Aqui, o dólar caiu 0,50%, a R$ 5,6670. Na B3, o giro voltou a se enfraquecer nesta quinta-feira, a R$ 18,0 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,51% e, no mês, tem ganho de 2,57% – no ano, sobe 15,17%.
Mais cedo, a notícia de que o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA anulou as ordens tarifárias “recíprocas” do presidente Donald Trump contribuía para embalar a abertura dos negócios, mas o entusiasmo global foi diluído ao longo do pregão, com os investidores passando a avaliar os impactos jurídicos e econômicos da decisão. Em Londres e Nova York, o petróleo cedeu em torno de 1,5% na sessão. No Brasil, depois do sólido Caged de abril, divulgado na tarde de ontem, o foco esteve concentrado em nova leitura forte sobre o mercado de trabalho doméstico, pela Pnad Contínua, nesta manhã, com efeito sobre a curva de juros futuros.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril de 2025 ficou em 6,6%, conforme a leitura da Pnad Contínua, abaixo das expectativas do mercado. “Trata-se de uma queda de 0,9 ponto porcentual em relação ao mesmo período de 2024 e do menor nível para o mês de abril desde o início da série histórica”, diz Perez.
O segundo dia de pausa do Ibovespa – após a recente renovação de recordes, na casa dos 140 mil pontos – ocorreu a despeito da retração do dólar. Na B3, o dia foi negativo para carros-chefes como Petrobras (ON -0,12%, PN -0,60%), bem como para os principais bancos, com BB (ON -1,58%) ainda puxando a fila na sessão.
Por outro lado, Vale ON, a principal ação da carteira Ibovespa, reagiu e fechou pouco acima da estabilidade (+0,07%). As utilities também foram bem na sessão, com destaque para Eletrobras (ON +0,94%, PNB +1,41%). Na ponta ganhadora do índice, Petz (+2,38%), Marfrig (+2,13%) e Cosan (+2,07%). No lado oposto, Azul (-6,80%), Magazine Luiza (-4,92%) e Minerva (-3,83%).
Fonte: Jovem Pan Read More