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Até o momento, letras de crédito imobiliário (LCI) e de crédito do agronegócio (LCA) são isentas da cobrança de Imposto de Renda. Pela proposta do governo, taxa seria de 5%. A taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), anunciadas neste domingo (8) pela equipe econômica e por parlamentares, vão encarecer os preços da casa própria e dos alimentos no país, segundo representantes dos setores que serão afetados.
As avaliações foram divulgadas nesta segunda-feira (9) pela Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) e pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
A explicação é que, como as LCI e as LCA são utilizadas para captar recursos para a construção e financiamento da compra de casas próprias, assim como para o agronegócio, sua taxação também elevará o custo do capital a esses segmentos da economia — o que será repassado ao consumidor final.
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Até o momento, as LCI e as LCA estão isentas da cobrança do Imposto de Renda. Pela proposta do governo, elas passariam a ser taxadas com uma alíquota de 5%.
O objetivo é de compensar, em parte, o que deixará de ser arrecadado com o recuo na elevação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) – que sofre forte resistência no Congresso Nacional.
Agronegócio
Plantação de cana de açúcar
Getty Images via BBC
De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), as LCA são a base do financiamento agropecuário e estruturam o Plano Safra. Diz a entidade:
Aproximadamente 42% do financiamento da safra brasileira já é proveniente de fontes privadas. Desse total, cerca de 43% têm origem nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).
Em abril de 2025, essas letras somaram R$ 559,9 bilhões. Só no 1º trimestre de 2025, o estoque de LCIs e LCAs na B3 alcançou R$ 979,1 bilhões — parte significativa destinada ao agro.
“A conta será paga pelo consumidor que receberá o repasse no preço dos alimentos. A tributação tende a afastar investidores e encarecer o crédito para quem produz. Mais uma vez, o ajuste fiscal foca apenas na arrecadação, sem enfrentar despesas obrigatórias nem revisar privilégios. Enquanto LCIs e LCAs serão taxadas, outros títulos permanecem isentos, sem critérios claros que justifiquem a diferenciação”, avaliou a FPA, por meio de nota.
Setor imobiliário
`Prédio em construção em Maceió
Nick Marone/TV Gazeta
De acordo com a Abecip, as LCIs têm desempenhado um “papel cada vez mais relevante” na sustentação do mercado de crédito imobiliário, especialmente em um cenário em que a caderneta de poupança vem apresentando queda nos volumes disponíveis.
“É importante reforçar que a LCI não deve ser analisada unicamente sob a ótica do investimento financeiro. Alterações que aumentem seu custo, como o eventual fim da isenção de Imposto de Renda, resultam na elevação do custo da moradia e podem comprometer o acesso à casa própria”, diz a entidade.
Acrescenta que o fortalecimento do mercado imobiliário passa necessariamente por uma estrutura de funding (financiamento) estável, previsível e com condições atrativas, e a “LCI tem cumprido com eficácia esse papel”.
Fonte: G1 Read More