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Trump quer que Coca-cola volte a ter açúcar de cana nos EUA
Jens Mahnke/Pexels
Trump quer mudar a receita da Coca-cola nos Estados Unidos, trocando o xarope de milho pelo açúcar da cana-de-açúcar como ingrediente.
A ideia mobilizou a imprensa local e analistas apontam que o refrigerante pode ficar mais caro por causa disso.
“Muito provavelmente (o açúcar de cana) virá do Brasil, mas Trump acaba de atingir o Brasil com uma tarifa de importação de 50%”, disse o analista Michael McDougall, especializado no produto, à Reuters.
O tarifaço de Trump, previsto para entrar em vigor em agosto, colocou em jogo produtos como o café e o hambúrguer americanos, uma vez que o Brasil também é um importante fornecedor de matérias-primas para esses alimentos nos EUA.
Entenda, abaixo, como é a relação entre o açúcar brasileiro e o país de Trump.
Brasil é 2º maior fornecedor de açúcar para os EUA
O Brasil é o segundo maior fornecedor desse produto para os americanos, depois do México, segundo dados da consultoria StoneX.
Os EUA podem importar até 146,6 mil toneladas de açúcar brasileiro sem imposto, por ano. O que fica acima está sujeito a uma taxa de quase 80%, atualmente.
“As indústrias de alimentos e bebidas começaram a usar o xarope de milho nos EUA no passado por causa dos custos. É mais barato do que o açúcar”, disse Ron Sterk, editor sênior da SOSland Publishing, um provedor de informações para o setor de ingredientes nos EUA.
Os EUA produzem cerca de 3,6 milhões de toneladas de açúcar de cana por ano, metade disso no estado natal de Trump, a Flórida, em comparação com cerca de 7,3 milhões de toneladas de xarope de milho, informou a Reuters.
As contínuas guerras comerciais de Trump, no entanto, dificultariam a cobertura do déficit, disse o analista de açúcar Michael McDougall. Os especialistas também apontam que os custos aumentariam com a troca dos adoçantes, incluindo gastos com mudanças nos rótulos.
O setor do açúcar ainda calcula como vai ficar a tarifa com a decisão de Trump de sobretaxar todos os produtos importados do Brasil em 50%, a partir de agosto.
“O acréscimo tornará o açúcar significativamente mais caro para os importadores e consumidores americanos”, afirmou ao g1 o analista Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, na última sexta-feira (11), dois dias após Trump anunciar o tarifaço.
O analista destacou que, no mercado americano, o tarifaço “prejudica a competitividade do açúcar brasileiro frente a outros fornecedores, como México, Guatemala, União Europeia e Tailândia, que poderão ampliar sua participação”.
Mas os EUA não são o maior cliente do açúcar brasileiro
Os EUA são destino de apenas 2,52% das vendas de açúcar de cana do Brasil. Os principais mercados são a China, a Indonésia e a Índia, apontam dados da Única, a associação dos produtores (veja o ranking ao fim da reportagem).
Cada um desses três países que lideram as importações comprou o triplo do que os EUA, em 2024.
“O Brasil pode direcionar as exportações para a China, para a Indonésia, que também é uma grande importadora. Além dos países do Oriente Médio, principalmente os Emirados Árabes, que compram [o açúcar em bruto] para refinar e reexportar para regiões próximas”, disse Marcelo Di Bonifacio Filho, analista da StoneX Brasil, também na última quinta-feira.
Outros mercados importantes são os países da Norte da África, como a Argélia, que é a quarta maior compradora do Brasil, depois da China, Indonésia e Índia.
Exportações de açúcar do Brasil.
g1
Como o tarifaço de Trump impacta nas exportações de carne bovina do Brasil?
Raio X da exportação
arte g1
Fonte: G1 Read More