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Sistemas do INSS registram falhas graves em 67 dias no ano
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 67 dias em que um ou mais sistemas utilizados pelos servidores estiveram fora do ar no primeiro semestre deste ano. Essas plataformas são responsáveis pela análise e concessão de benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios.
Nesses períodos, os sistemas apresentaram falhas classificadas como graves, pois impedem os servidores de trabalharem. Como resultado, os cidadãos permanecem por mais tempo na fila do INSS, aguardando o início do pagamento do benefício solicitado.
O levantamento foi realizado pela GloboNews, com base em dados divulgados pelo próprio INSS.
Os sistemas usados na concessão de benefícios são interligados. “Se um não funciona, não ocorrem todas as integrações necessárias”, explica uma servidora que atua no Rio Grande do Sul, sob anonimato. “Para uma aposentadoria, por exemplo, usamos no mínimo seis sistemas para consultas, acerto de dados e concessão do benefício.”
Durante a entrevista com a servidora, cinco sistemas estavam simultaneamente fora do ar, sendo que dois deles apresentavam instabilidade há mais de duas horas.
Os sistemas operados pelo INSS são administrados pela Dataprev, empresa pública responsável por desenvolver soluções digitais para o governo federal.
“Nesses casos, a gente abre um chamado para a Dataprev, mas a resolução não é no mesmo dia”, conta uma outra servidora que também não quis se identificar. “Então, às vezes, eu fico impedida de trabalhar. É como se fosse um desperdício de tempo. A fila do INSS anda a milhões e a gente fica incapacitado de fazer qualquer coisa.”
Junho foi o mês com maior número de falhas nos sistemas: 16 em 20 dias úteis. “Não tem um santo dia que a gente tenha paz e sossego para trabalhar”, desabafa um servidor de São Paulo. “É ruim pra nós e pior pra população, que precisa que a gente analise os requerimentos com qualidade e dentro dos prazos legais.”
Dias com falha em sistemas do INSS.
INSS/Arte/GloboNews
Procurado, o INSS não havia respondido ao pedido de um posicionamento sobre o caso até a última atualização desta reportagem.
Instabilidades recorrentes
As reclamações sobre a inoperância dos sistemas não são novidade. Em 2024, o número de dias com falhas foi idêntico: 67 entre 1º de janeiro e 20 de junho. Desde então, a fila para concessão de benefícios só aumentou. Já são mais de 2,6 milhões de brasileiros aguardando, conforme o último dado do Ministério da Previdência, de abril deste ano.
Nas agências, tanto nos atendimentos ao público quanto nas perícias médicas, o cenário de instabilidade se repete. “Há impossibilidade de atendimento ao cidadão que busca a agência para receber orientação e informação”, afirma um servidor de Minas Gerais.
“Algumas vezes, é necessário remarcar perícias médicas por conta de sistemas que estão fora do ar”, completa.
Abono nas metas
Os servidores do INSS possuem metas diárias de análises a serem cumpridas. Quando há registro de falhas graves em sistemas, em teoria, essa meta é reduzida. Mas os servidores afirmam que, muitas vezes, isso não acontece.
Na segunda-feira (14), o Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e da Previdência Social enviou um ofício ao INSS solicitando a revisão imediata do abatimento de metas referentes ao mês de junho. O documento descreve diversas instabilidades ocorridas, mas que não foram consideradas para o desconto nas metas dos servidores.
Nos dias 23 e 24 de junho, por exemplo, o principal sistema de concessão de benefícios, conhecido como Prisma, permaneceu fora do ar por 48 horas consecutivas. Apesar da interrupção, não houve abatimento nas metas dos servidores.
“A sensação é de desamparo”, afirma um servidor do Rio de Janeiro. “Tem gente que adoece. Você tem que trabalhar mais, produz menos, e não recebe o desconto devido na meta diária.”
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Fonte: G1 Read More