
AGU pede ao STF abertura de investigação sobre movimentações financeiras antes do tarifaço
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21/07/2025O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro permanece na mesa de negociação com os Estados Unidos sobre o tarifaço anunciado pelo presidente do país, Donald Trump.
A informação foi dada em entrevista à rádio CBN, em São Paulo.
“O Brasil não vai sair da mesa de negociação. A determinação do presidente Lula é que não temos nenhuma razão para sofrer esse tipo de sanção. A orientação dele é que estejamos engajados permanentemente. Mandamos segunda carta proposta na semana passada, na qual não tivemos resposta. Vamos insistir na negociação comercial para encontrar um caminho de aproximação entre os dois países”, declarou o ministro Haddad.
O ministro afirmou, ainda, que a área econômica já trabalha em um plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo eventual tarifaço, com ameaça com uma sobretaxa de 50% às importações brasileiras a partir de agosto.
Segundo ele, um grupo de trabalho está trabalhando em opções de ajuda aos setores afetados pelo possível aumento do imposto de importação dos EUA, mas as possibilidades ainda não foram apresentados ao presidente Lula.
“Em uma situação como essa, a Fazenda se prepara para todos cenários. Temos plano de contingência para qualquer decisão que venha ser tomada pelo presidente da República [Lula]”, acrescentou o ministro da Fazenda.
Ele declarou que esse plano de contingência não necessariamente vai implicar novos gastos públicos. Haddad lembrou que, por exemplo, na ajuda ao Rio Grande do Sul, houve outros instrumentos além do aumento de despesas, como linhas de crédito.
Consequências
Segundo o ministro Haddad, a implementação do tarifaço pelo governo dos EUA resultará em consequências não somente para as empresas brasileiras, mas também para as companhias e para os cidadãos norte-americanos.
Ele observou que o café da manhã pode ficar mais caro nos EUA, por conta da sobretaxa de 50% ao café, suco de laranja e carnes brasileiras. Do mesmo modo, a indústria aeronáutica americana também pode ser prejudicada.
Retaliação dos Estados Unidos
O ministro da Fazenda voltou a dizer que o país não pretende retaliar empresas e cidadãos norte-americanos por conta do tarifaço de Donald Trump. “Não podemos pagar na mesma moeda uma coisa que consideramos injustas”, declarou.
Ele admitiu, entretanto, a possibilidade de governo brasileiro acionar a lei da reciprocidade, que foi aprovado recentemente pelo Congresso Nacional.
“Todo país do mundo vai se defender de alguma maneira do que está acontecendo. É uma possibilidade, mas reitero que a orientação do presidente da República é que nos não vamos sair da mesa de negociação porque o Brasil é um país que se dá bem com todos países do mundo”, afirmou Haddad à CBN.
Fonte: G1 Read More