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23/07/2025
O dólar firmou queda ante o real na tarde desta quarta-feira (23), com maior apetite a risco global pela expectativa de que os Estados Unidos fechem mais acordos comerciais, após anúncio de entendimento com o Japão e noticiário sobre conversas com a União Europeia (UE). O fechamento de R$ 5,52 e a mínima intradia, a R$ 5,5161, são os menores níveis vistos para os segmentos desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou em taxar o Brasil.
Após máxima R$ 5,5782 pela manhã, o dólar à vista renovou sucessivas mínimas no início da tarde e encerrou em baixa de 0,79%, a R$ 5,5230, menor fechamento desde 9 de julho de 2025, no dia em que Trump anunciou – após o fechamento dos mercados – que pretende tarifar produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto.
A desvalorização do dólar ante o real ganhou ainda mais força com o enfraquecimento da moeda ante pares fortes, vide o índice DXY nas mínimas no período da tarde, em decorrência de notícias, como a do Financial Times, de que os EUA e a UE se aproximam de acordo para tarifa de 15% sobre produtos europeus – menor do que o porcentual de 30% informado ao bloco. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que, após as resoluções com Japão, Indonésia e Filipinas, os EUA ainda têm “muitos acordos comerciais para anunciar”.
A busca por risco é vista pela queda da divisa americana ante moedas emergentes e de exportadoras de commodities, mesmo em dia de baixa do minério de ferro e volatilidade do petróleo. Alguns operadores também afirmam que o real se beneficia do carry trade, com expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá a taxa Selic em 15% por período “bastante prolongado”.
Índice da B3
O Ibovespa voltou nesta quarta-feira à casa dos 135 mil pontos com ganho perto de 1%, porcentual de alta que não era visto na B3 fazia 20 dias. Entre a mínima e a máxima da sessão, o índice oscilou dos 133.676,27 aos 135.782,00 pontos, saindo de abertura aos 134.035,97 pontos. Ao fim, subiu 0,99%, aos 135 368,27 pontos, com giro financeiro enfraquecido a R$ 17,0 bilhões neste meio de semana. Nas três primeiras sessões do intervalo, o Ibovespa acumula avanço de 1,49% e, no mês, ainda cede 2,51% – no ano, aumenta 12,54%.
Com o dólar tocando mínima da sessão a R$ 5,5161 – e encerrando o dia em baixa de 0,79%, a R$ 5,5230 -, o Ibovespa passou a renovar máximas da sessão ainda no começo da tarde, tendo apenas Vale (ON -0,14%), a ação de maior peso na carteira, no campo negativo no encerramento, entre os papéis de primeira linha. Entre os grandes bancos, os ganhos chegaram a 1,64% (Bradesco ON) no fim da sessão. Petrobras mostrou alta de 2,23% na ON e de 2,04% na PN. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Raízen (+5,48%), CVC (+4,74%), Natura (+4,27%) e MRV (+4,19%). No lado oposto, WEG (-8,01%), BRF (-1,85%), Vamos (-1,52%) e Santos Brasil (-0,36%).
Nesse contexto, além da querela sobre o Brasil e sua política doméstica, Trump voltou a criticar hoje por rede social o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, cujo mandato na instituição se estende a maio de 2026. Em publicação na Truth Social, o republicano mais uma vez se referiu a Powell como “atrasado demais” ao insistir que o presidente do BC americano se recusa a reduzir juros, o que, segundo ele, tem prejudicado as famílias, de um modo geral.
Em outro desdobramento, no front brasileiro, as empresas Trump Media, ligadas ao presidente dos Estados Unidos, e o Rumble pediram à Justiça americana que envie ao Departamento de Estado os autos do processo que contesta decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o governo dos EUA considere a aplicação de sanções contra o magistrado e outros ministros da Corte por supostas violações de direitos humanos. O pedido não cita quais ministros, além de Moraes, seriam alvo.
O novo pedido foi apresentado dentro da ação que tramita desde fevereiro no tribunal federal da Flórida, movida pelas duas empresas contra ordens de Moraes. Em meio à escalada do litígio político deflagrado pelos EUA, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que Trump poderia tirar o Brasil do SWIFT, sistema que facilita transações financeiras internacionais, como fez com a Rússia e o Irã.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
Fonte: Jovem Pan Read More