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O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (24). Investidores continuam atentos ao noticiário envolvendo a guerra comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de aguardarem a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE).
As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam às 10h.
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▶️Os avanços dos acordos comerciais dos EUA com seus parceiros comerciais seguem no centro das atenções. Investidores seguem à espera por um novo acordo de Trump com a União Europeia (UE), após diplomatas informarem à mídia internacional que as duas lideranças caminham para um novo tratado, que deve estabelecer tarifas de 15% ao bloco europeu.
Caso se concretize, esse será o 4º acordo feito pelos EUA desde que o republicano começou a enviar cartas com tarifas mínimas a diversos líderes. Nesta semana, também foram anunciados tratados com o Japão — classificado por Trump como o “maior da história” — e com as Filipinas.
▶️ Por aqui, a falta de progresso nas negociações do Brasil com os EUA, levou o Itamaraty a condenar as tarifas de Trump na quarta-feira, classificando-as como “arbitrárias” e “caóticas” em discurso na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo o blog do Valdo Cruz, o presidente Lula (PT) disse não haver nenhum canal de negociação direta com Trump e declarou que as conversas que acontecem a nível diplomático, não chegam até a Casa Branca.
▶️ Na agenda econômica do dia, o principal destaque da sessão fica com a decisão de juros do BCE, que deve trazer mais clareza sobre a trajetória da inflação na zona do euro — principalmente em meio às preocupações de que o tarifaço de Trump pressione os preços ao redor do mundo. O mercado espera uma manutenção das taxas, após oito cortes de 0,25 ponto percentual.
Entre os indicadores, dados da indústria e de serviços da zona do euro e dos EUA ficam no radar, além de informações sobre o mercado de trabalho norte-americano e sobre a arrecadação tributária federal do Brasil em junho.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,17%;
Acumulado do mês: +1,63%;
Acumulado do ano: -10,64%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,49%;
Acumulado do mês: -2,51%;
Acumulado do ano: +12,54%.
Negociações do tarifaço
Mesmo com a aproximação do prazo final de 1º de agosto, poucos países conseguiram firmar acordos comerciais com os EUA. Na terça-feira, Trump anunciou tratados dos EUA com o Japão e com as Filipinas, mas vários outros países ainda seguem em negociação.
No caso do Japão, Trump classificou o acordo como “gigantesco”, afirmando que será muito positivo para ambos os países. O acordo estabelece que o Japão abra seus mercados para os EUA e pague uma tarifa de 15% sobre os produtos exportados aos norte-americanos.
Já com as Filipinas, o novo acordo estabelece uma taxa de 19% — uma redução ante os 20% anunciados por Trump anteriormente —, enquanto os EUA não pagarão tarifas.
“Além disso, trabalharemos juntos no âmbito militar. Foi uma grande honra estar com o Presidente. Ele é altamente respeitado em seu país, como deveria ser. Ele também é um negociador muito bom e rigoroso”, disse Trump em publicação no Truth Social.
O avanço das negociações dos EUA com outros países também joga luz para a situação brasileira, que ainda não apresentou grande progresso. Nesse cenário, investidores continuam na expectativa por novos sinais sobre como o governo deve lidar com os norte-americanos — seja com uma negociação ou com uma retaliação.
Noticiário econômico e corporativo
O noticiário econômico e corporativo também fica na mira dos investidores. Nesta quarta-feira, as atenções ficam voltadas para os balanços corporativos da Alphabet e da Tesla.
Entre os indicadores, as vendas de moradias usadas nos EUA caíram 2,7% em junho, mais do que o esperado, sugerindo que as perdas no mercado imobiliário podem estar se aprofundando, já que as taxas hipotecárias mais altas e a incerteza econômica mantêm os compradores em potencial afastados.
Fed ainda é assunto
Os embates entre o governo Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, também continuam a mexer com os mercados.
Nesta quarta-feira, o republicano voltou a criticar Powell, em meio ao seu contínuo apelo por juros mais baixos no país.
“Nossos juros deveriam estar três pontos mais baixos do que estão, economizando US$ 1 trilhão por ano (como país). Esse cara teimoso do Fed simplesmente não entende — nunca entendeu e nunca entenderá. A diretoria deveria agir, mas não tem coragem de fazer isso!”, escreveu Trump em suas redes sociais.
Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira que o governo Trump não está com pressa para nomear um novo presidente para o Fed, para substituir Powell.
“Estamos iniciando o processo. Obviamente, a decisão será do presidente Trump, e não estamos com pressa”, afirmou em entrevista à “Bloomberg TV”. O mandato de Powell termina em maio de 2026, embora ele deva permanecer como diretor do Fed até janeiro de 2028.
Descongelou
Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram nesta terça-feira (22) a liberação de R$ 20,6 bilhões no Orçamento de 2025.
Para definir a necessidade de bloqueio ou liberação de recursos, o governo atualizou as estimativas de receitas e despesas previstas para este ano.
A análise considerou ajustes no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), parcialmente confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além de diversas medidas — muitas delas implementadas por meio de medida provisória (MP) — como:
Aumento da alíquota sobre apostas (bets);
Tributação de fintechs (empresas de tecnologia em serviços financeiros);
Limitação das compensações tributárias;
Programa Pé-de-Meia no piso de investimentos em educação;
Receita adicional de R$ 17,9 bilhões com a exploração de recursos naturais, como o pré-sal.
Com a liberação anunciada, o bloqueio total no orçamento, que era de R$ 31,3 bilhões até maio, caiu para R$ 10,7 bilhões.
▶️ Para 2025, o governo projeta um déficit de R$ 74,9 bilhões nas contas públicas. No entanto, ao considerar o abatimento de precatórios (R$ 48,6 bilhões) e a margem de tolerância prevista no arcabouço fiscal (R$ 31 bilhões), a expectativa é de que a meta fiscal seja cumprida.
🔎 O detalhamento oficial sobre quais ministérios e políticas públicas serão beneficiados com a liberação de recursos será divulgado até o fim deste mês.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Fonte: G1 Read More