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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (5) que o Brasil não pode “nem sonhar” em privatizar o PIX, ferramenta de transferência de recursos gratuita, que funciona 24 horas por dia, e, com isso, ceder à pressão de empresas multinacionais.
A declaração foi dada durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como “Conselhão”, colegiado que reúne ministros, empresários e ativistas que discutem e sugerem ao governo políticas públicas em diferentes áreas.
“Nós não podemos nem sonhar, nem pensar, nem imaginar privatizar algo que não tem custo para cidadãos, não tem um custo. Então, imaginar que nós vamos ceder a pressão de multinacionais que estão se incomodando com a tecnologia, eles ganhavam por décadas dinheiro com a tecnologia que eles desenvolveram e ninguém se incomodou com isso. […] Isso está completamente fora de cogitação”, disse o ministro Haddad.
PIX investigado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Reuters/Adriano Machado
Com o aumento de tensões com os EUA, o Escritório do Representante de Comércio do país (USTR, na sigla em inglês) informou no mês passado que o PIX está sendo investigado em processo aberto pelo governo norte-americano.
No documento, o governo norte-americano não cita especificamente o nome do sistema PIX, mas fala em “serviços de comércio digital e pagamento eletrônico”, inclusive aqueles do governo. O PIX é o único sistema do governo para esse fim.
“O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz o USTR.
Em outro trecho, fala em indícios de que o Brasil “se envolve em uma variedade de atos, políticas e práticas que podem prejudicar a competitividade das empresas americanas que atuam no comércio digital e em serviços de pagamento eletrônico”.
Por que o PIX virou alvo?
Para especialistas ouvidos pelo g1, aspectos como o embate com as big techs e a concorrência com bandeiras de cartões de crédito americanas ajudariam a explicar a ofensiva dos EUA. Eles dizem que não há, porém, razões consistentes para questionar o serviço de pagamento.
Na verdade, o sucesso do PIX e seu papel como vitrine para o Brasil estariam sendo vistos como uma “ameaça” ao setor nos EUA. Os receios de Trump, afirmam, também estariam ligados ao avanço do PIX Internacional e às discussões do Brics sobre alternativas ao uso do dólar no comércio.
Fonte: G1 Read More