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No dia em que entrou em vigor a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que terá uma reunião virtual na próxima quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, para tentar negociar a medida. A depender do andamento da conversa, o encontro poderá evoluir para uma reunião presencial. Segundo Haddad, o Ministério da Fazenda concluiu e deve enviar ainda nesta quarta (6) ao Palácio do Planalto um plano de ajuda às empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço, com foco em pequenos exportadores.
O pacote prevê medidas como linhas de crédito mais acessíveis e aumento de compras públicas para os setores mais impactados. A proposta deve ser publicada por meio de medida provisória, mas ainda depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Vamos ter um plano muito detalhado para começar a atender sobretudo aqueles que são pequenos e não têm alternativas de exportação senão os Estados Unidos”, afirmou o ministro.
Haddad também criticou a atuação de parlamentares e governadores de oposição que, segundo ele, estariam contribuindo para o agravamento da crise comercial entre Brasil e EUA. Ele se referiu à entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que disse não ter sido pressionado pelo agronegócio a interromper sua defesa por sanções ao Brasil.
“O empresariado, além de vir para Brasília, tem que conversar com a oposição. Tem que parar com isso. Estão prejudicando o país por qual motivo?”, disse o chefe da Fazenda. O ministro também pediu que governadores aliados da oposição deixem de se omitir diante da crise: “Não é fingir que não tem nada acontecendo, se esconder debaixo da cama e desaparecer.” Para ele, é essencial separar as discussões econômicas das disputas políticas. “A oposição está atrapalhando o país. E não sou eu que estou dizendo, é a própria oposição que diz que quer atrapalhar. O país precisa se unir para defender a causa nacional.”
Alvo do tarifaço
A sobretaxa entrou em vigor nesta quarta-feira (6), uma semana após o presidente Donald Trump assinar uma ordem executiva justificando a medida com base em uma “emergência nacional”. Segundo o republicano, o governo brasileiro tem adotado ações que prejudicam empresas e interesses dos Estados Unidos, além de violar a liberdade de expressão no país. Trump também mencionou o que considera uma “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro como uma das razões para o aumento da tarifa.
A medida impõe uma sobretaxa de 40 pontos percentuais à alíquota de 10% que já era aplicada, totalizando 50%. Apesar disso, cerca de 700 produtos — o equivalente a 44,6% da pauta exportadora brasileira para os EUA — ficaram isentos da nova sobretaxa. Estão na lista de exceções produtos considerados estratégicos para os americanos, como petróleo, aviões da Embraer, peças aeronáuticas, celulose, ferro-gusa e suco de laranja. No entanto, itens relevantes da pauta de exportação do agronegócio, como café, cacau, carne e frutas, não foram poupados.
A reunião entre Haddad e Scott Bessent será a primeira desde que a nova tarifa entrou em vigor, e poderá abrir caminho para um encontro entre os presidentes Lula e Trump. Em declarações anteriores, Haddad já havia defendido a busca por soluções diplomáticas e o respeito à independência dos Poderes, rejeitando a ideia de que o governo federal tenha responsabilidade sobre as tensões políticas citadas pelos EUA como justificativa para o tarifaço. “A discussão política não tem nada a ver com o Executivo federal brasileiro”, reforçou o ministro.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan Read More