
Tarifaço: governo deve concluir plano de contingência na próxima semana; veja o que está na mesa
09/08/2025
A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa mais uma manobra de pressão política do que um golpe econômico significativo para o Brasil. A análise é da revista britânica The Economist, que em publicações recentes classificou a medida como uma “agressão chocante” e uma das mais profundas interferências dos EUA na América Latina desde a Guerra Fria.
Segundo a revista, a ofensiva de Trump, que teve início em 6 de agosto, parece estar diretamente ligada à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sob investigação por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Para a The Economist, o uso do comércio como um instrumento para influenciar assuntos internos de outro país é explícito no caso brasileiro.
Apesar da retórica agressiva e da alíquota elevada, a publicação destaca que o impacto econômico direto tende a ser moderado. Cerca de 700 produtos, incluindo itens importantes da pauta de exportação brasileira como aviões, petróleo, celulose e suco de laranja, foram isentos da taxação. No entanto, setores como café, carne e frutas permanecem sujeitos à tarifa integral.
A análise aponta que a economia brasileira está menos vulnerável do que no passado. As exportações correspondem a uma fatia relativamente pequena do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e a dependência do mercado norte-americano diminuiu consideravelmente nas últimas duas décadas. Atualmente, os EUA absorvem 13% das vendas externas do Brasil, uma queda expressiva em comparação com os 25% registrados há 20 anos. No mesmo período, a China se consolidou como o principal parceiro comercial, respondendo por 28% das exportações brasileiras.
A revista também observou que a medida de Trump pode ter um efeito político inesperado no Brasil. A “agressão” do presidente norte-americano gerou uma onda de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viu seus índices de aprovação se recuperarem. Lula, por sua vez, reagiu de forma firme, afirmando que o Brasil não será “tutelado ou humilhado por um imperador”, mas optou por uma resposta diplomática, mobilizando empresas e parceiros nos EUA para pressionar Washington.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Fonte: Jovem Pan Read More