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11/08/2025
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11/08/2025O Brasil solicitou consultas à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros importados pelo país.
A informação foi divulgada pela OMC nesta segunda-feira (11), confirmando o que o Itamaraty havia sinalizado na última semana. Segundo o órgão, o pedido foi encaminhado hoje aos membros da OMC.
🔎 A solicitação de consultas inicia formalmente uma disputa na OMC. As consultas dão às partes a oportunidade de discutir a questão e encontrar uma solução sem prosseguir para um julgamento. Caso as consultas não resolvam a disputa dentro de 60 dias, o reclamante — no caso, o Brasil —poderá pedir que um painel da OMC decida sobre o caso.
No documento, o Brasil alega que as medidas tomadas por Trump são inconsistentes com as obrigações dos EUA sob várias disposições do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês) e do Entendimento sobre Solução de Controvérsias (DSU, na sigla em inglês).
Isso porque as medidas de Trump buscam reparação por meio da imposição de tarifas, em vez de recorrer às regras e procedimentos dos acordos já firmados.
O que diz o Brasil?
Entre as principais reclamações do Brasil contra os EUA estão:
Violação do princípio de nação mais favorecida — ao isentar certos parceiros comerciais ao mesmo tempo que impõem tarifas adicionais sobre produtos brasileiros, os EUA deixam de cumprir com as regras do GATT, que dizem que qualquer vantagem dada a um país deve ser dada de forma igual e imediata aos outros membros da OMC;
Tarifas acima dos limites acordados — a alíquota total de 50% imposta ao Brasil excede as tarifas previstas pela lista de concessões dos EUA na OMC;
Tratamento menos favorável ao comércio brasileiro — com a cobrança das taxas, o Brasil alega que os EUA também estão quebrando outra regra do GATT, que diz que o Brasil deve receber um tratamento comercial tão favorável quando o que está garantido na lista oficial de concessões norte-americana;
Descumprimento das regras de solução de controvérsias do DSU — o Brasil defende que os EUA agem contra as regras de comércio porque afirmaram que uma violação de regras aconteceu e decidiram impor tarifas por conta própria sem usar o procedimento oficial para solução de disputas.
No documento, o Brasil também se reservou o direito de apresentar fatos, medidas e alegações adicionais ao longo das consultas e em qualquer futuro pedido de um painel pela OMC, inclusive sob outras disposições de acordos cobertos.
“O Brasil aguarda uma resposta dos Estados Unidos a este pedido e a definição de uma data mutuamente conveniente para a realização das consultas”, afirma o documento.
*Esta reportagem está em atualização
Fonte: G1 Read More