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13/08/2025
Exportação brasileira de carne foi recorde em julho, mas vendas aos EUA apresentam queda em meio a tarifaço
13/08/2025
O dólar subiu levemente nesta quarta-feira (13) e voltou a passar de R$ 5,40. No exterior, a moeda norte-americana caiu com as chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em setembro beirando 100%. Operadores atribuem o tropeço do real a ajustes de posições e realização de lucros, após o câmbio romper no dia anterior a marca dos R$ 5,40 e fechar no menor nível desde 14 de junho.
O pacote do governo Lula para mitigar o tarifaço dos EUA gerou algum desconforto fiscal, mas não foi a principal causa da depreciação do real. Além de ajustes, pesaram contra a moeda local a queda do petróleo e o recuo de pares emergentes, como peso mexicano e peso colombiano.
Com máxima de R$ 5,4113 no início da tarde, paralelo a mínimas do Ibovespa e do petróleo, o dólar fechou em alta de 0,27%, a R$ 5,4018. Apesar do avanço, a moeda acumula perda de 0,63% na semana e de 3,55% no mês; no ano, recua 12,60% frente ao real.
À tarde, o governo detalhou o pacote: crédito extraordinário de R$ 30 bilhões, aporte extra de R$ 4,5 bilhões em fundos de garantia às exportações e extensão do Reintegra – benefício que devolve parte dos tributos pagos em produtos exportados – a todas as empresas que vendem aos EUA.
O Dollar Index (DXY), que mede o dólar contra seis moedas fortes, furou 98,000 pontos e tocou 97,626. Cai 2,20% em agosto e mais de 9,80% no ano. Pela manhã, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à Bloomberg TV que há “uma boa possibilidade” de o Fed cortar 50 pontos-base em setembro.
Segundo ferramenta do Chicago Mercantile Exchange (CME), a probabilidade de corte em setembro chegou a 99,99%, e a chance de redução total de 75 pontos-base em 2024 subiu de 50% para 57%
Ibovespa recua 0,89%, aos 136,6 mil pontos, com foco em dados do varejo
Após ter encerrado o dia anterior bem perto dos 138 mil pontos, o Ibovespa voltou a escorregar para os 136 mil durante a sessão desta quarta-feira sem conseguir segurar os 137 mil pontos no fechamento, em baixa de 0,89%, aos 136.687,32 pontos. Nesta quarta, oscilou dos 136.534,63 até os 137.912,90 pontos, saindo de abertura em nível similar (137.910,70) ao da máxima da sessão. Em dia de vencimento de opções sobre o índice, o giro financeiro foi a R$ 38,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,57% e, no mês, ganha 2,72% – no ano, sobe 13,64%.
“Dados do varejo, do IBGE, bem fracos e abaixo do esperado, tiveram influência sobre o desempenho do Ibovespa na sessão, com o sinal que a leitura dá sobre a economia, considerando que os juros permanecem em níveis restritivos. Economia está mais fraca, o que traz preocupação sobre a geração de caixa das empresas”, diz Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Dessa forma, na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, destaque para nomes do setor de varejo e consumo, como CVC (-10,78%), Pão de Açúcar (-10,56%), Petz (-5,91%), Assaí (-4,98%) e Magazine Luiza (-4,27%).
Na ponta oposta, MRV (+6,63%), SLC Agrícola (+1,35%), Brava (+1,22%), Natura (+1,16%) e Localiza (+1,10%). Entre as blue chips, o dia foi amplamente negativo, à exceção entre os grandes bancos de BB ON, que subiu 0,21%. Entre as maiores instituições financeiras, o ajuste ficou entre -0,22% (Santander Unit) e -1,07% (Bradesco ON).
A principal ação do Ibovespa, Vale ON, fechou em baixa de 0,39%, enquanto Petrobras cedeu 0,48% na ON e 0,75% na PN, com o prosseguimento da correção do Brent e do WTI. Prevalecem no momento receios quanto à demanda pela commodity, após a Agência Internacional de Energia (AIE) ter previsto um maior superávit de oferta, adiante, acompanhado por um aumento inesperado nas reservas de petróleo bruto dos EUA, na semana.
No cenário mais amplo, após ter efetivado uma sequência de quatro ganhos no começo de agosto, entre os dias 1º e 7, o Ibovespa volta a mostrar dificuldade para retomar o patamar de 138 mil pontos e convergir, assim, para níveis do começo de julho, há mais de um mês. Nas últimas quatro sessões, obteve ganho em apenas uma delas, na terça, então em alta de 1,69%, permanecendo preso a uma faixa relativamente estreita, entre 135 e 137 mil pontos.
No período da tarde, em segundo plano, o mercado financeiro também digeriu o pacote de contingência do governo federal para mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nátaly Tenório
Fonte: Jovem Pan Read More