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14/08/2025
Lula reage a Trump e diz que Brasil é bom parceiro comercial, só não vai andar de joelhos para os EUA
14/08/2025
O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (14), em leve alta, alinhado à valorização global da moeda americana depois que dados fortes da inflação ao produtor dos Estados Unidos esfriaram as apostas em uma queda de juros mais intensa no país até o fim do ano. Falas do presidente americano, Donald Trump, com críticas ao Brasil e menção positiva ao ex-presidente Jair Bolsonaro causaram desconforto, mas não chegaram a abalar o real, que registrou perdas menores que as de pares latino-americanos, como os pesos mexicano e colombiano. A valorização de mais de 2% dos preços do petróleo limitou a depreciação da moeda brasileira, que chegou a operar em terreno positivo no fim da manhã.
Com máxima de R$ 5,4310, o dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$ 5,4171. Foi o segundo pregão consecutivo de avanço da divisa, que ainda acumula recuo de 0,35% na semana. As perdas chegam a 3,28% no mês e a 12,35% no ano. Operadores ressaltam que o ambiente externo adverso abriu espaço para ajustes e realização de lucros no mercado local, já que a taxa de câmbio rompeu, na terça-feira, 12, o piso de R$ 5,40 e fechou no menor nível desde 14 de junho de 2024 (R$ 5,3821).
Em coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump disse que o Brasil tem sido horrível nas relações comerciais e que aplica tarifas “tremendas” a produtos americanos. Ele voltou a defender Jair Bolsonaro, que classificou como um “homem honesto”, e afirmou que o Brasil lida de “péssima maneira com a política” quando prende um ex-presidente.
Termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o Dollar Index (DXY) voltou a superar a linha dos 98,000 pontos, com máxima de 98,322. O DXY cai cerca de 1,85% no mês e mais de 9% no ano. Depois de leitura comportada da inflação ao consumidor nos EUA em julho, houve surpresa com o Índice de Preços ao Produtor (PPI) no mês passado. O PPI subiu 0,9% em julho e 3,3% na comparação anual, bem acima das expectativas (0,2% e 2,4%, respectivamente).
Bolsa
O Ibovespa aderiu à estabilidade ao longo da tarde, em margem de variação relativamente estreita na etapa vespertina após ter oscilado, mais cedo, cerca de 1,8 mil pontos entre a mínima (135.587,94) e a máxima (137.436,74) da sessão, em que saiu de abertura aos 136.681,16 pontos. Contudo, no meio da tarde, novas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil contribuíram para firmar o sinal negativo do Ibovespa no fechamento, em baixa de 0,24%, aos 136 355,78, após queda de 0,89% no dia anterior.
O giro financeiro ficou em R$ 22,6 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa sobe 0,33% e, no mês, ganha 2,47%, colocando a alta do ano a 13,36%.
Trump afirmou nesta quinta-feira, 14, que o Brasil aplica “tarifas tremendas” e é um dos piores parceiros comerciais dos Estados Unidos, apesar de os americanos sustentarem superávit com o País há mais de 15 anos. E voltou a mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar no Brasil, como um “homem honesto”. “É uma execução política o que o Brasil tenta fazer com Bolsonaro”, disse o presidente americano, observando também que o País tem sido “horrível” nas relações comerciais com os Estados Unidos. Ele disse ainda que não está preocupado com a aproximação entre Brasil e China, como alternativa aos EUA.
Em outro desdobramento negativo no noticiário Brasil-EUA, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) debateu nesta quarta, 13, com integrantes do governo Donald Trump, em Washington, a eficácia, até o momento, das sanções da Lei Magnitsky impostas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme relato de O Globo.
Até agora, as instituições financeiras nacionais vinham apresentando o entendimento de que as operações em real estão liberadas e que o magistrado pode continuar com contas bancárias ativas. Interlocutores de Eduardo Bolsonaro sustentam que, nas conversas de ontem com autoridades americanas, o deputado licenciado teria recebido como resposta a visão de que esta interpretação estaria errada, e que o correto seria o bloqueio total das contas e operações financeiras de Moraes. Eduardo teria deixado as reuniões com a impressão de que ocorrerá uma ação dos EUA dirigida aos bancos brasileiros para cobrar a aplicação da lei.
Na B3, o dia mais uma vez foi predominantemente negativo para as ações de primeira linha, com poucos nomes conseguindo se descolar do ajuste, como Banco do Brasil (+2,96%), que divulgará o balanço do segundo trimestre após a sessão desta quinta-feira. Na ponta ganhadora do índice, Hapvida (+8,29%), Ultrapar (+4,01%) e MRV (+3,61%). No lado oposto, Raízen (-12,50%), depois de resultados trimestrais, seguida por Usiminas (-7,19%) e Cosan (-6,57%). Entre as blue chips, Vale recuou 1,24% e as perdas em Petrobras ficaram em 0,94% (ON) e 1,28% (PN).
Embora seja uma iniciativa bem-vinda para os setores produtivos e exportadores mais afetados pela tarifa de 50% aplicada pelos EUA, o plano de contingência anunciado ontem pelo governo federal ficou de fora da meta fiscal: uma reação do mercado muito mais baseada na “forma” como o plano foi concebido do que no volume de recursos disponibilizados, aponta Gustavo Mendonça, especialista da Valor Investimentos. “Quadro fiscal ainda preocupa, e essa reação se dá numa semana em que os dados de inflação mais recentes traziam alívio”, acrescenta.
De acordo com relato da Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o plano anunciado pelo governo é suficiente no momento, embora ele tenha deixado em aberto a possibilidade de novos aportes em fundos garantidores, fora da meta fiscal. Ceron reconheceu que o projeto de lei complementar apresentado na quarta-feira, 13, não fixa teto para o valor total que ficará fora das regras fiscais.
O anúncio da reação do governo ao tarifaço americano chega em momento de retração do investidor estrangeiro, cujo fluxo até a virada do primeiro para o segundo semestre foi essencial a que o Ibovespa buscasse nova máxima histórica em 4 de julho, aos 141 mil pontos. No mês de agosto, até o dia 12, houve retirada de R$ 771,178 milhões de recursos da B3 por investidores estrangeiros. No acumulado do ano, o fluxo de capital externo continua positivo em R$ 19,306 bilhões.
Fonte: Jovem Pan Read More