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A Eastman Kodak, gigante histórica da fotografia, enfrenta um dos momentos mais críticos de seus 133 anos de existência e pode estar próxima de encerrar as atividades.
Em comunicado divulgado na última segunda-feira (11), a empresa informou que não possui financiamento garantido nem liquidez suficiente para quitar cerca de US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,7 bilhões) em dívidas que vencem em breve.
No relatório de resultados, a Kodak reconheceu que essa situação “levanta dúvidas substanciais” sobre sua capacidade de manter a operação em continuidade.
O alerta veio acompanhado de um balanço negativo: no segundo trimestre deste ano, a companhia teve prejuízo de US$ 26 milhões, queda de 1% na receita em relação a 2024 e desempenho bem abaixo do esperado.
Do auge ao declínio
A trajetória da Kodak começou em 1879, quando George Eastman registrou sua primeira patente para uma máquina de revestimento de chapas.
Em 1888, lançou a primeira câmera Kodak por US$ 25 (R$ 125, na cotação atual), popularizando a fotografia com o famoso slogan: “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”. Ao longo do século XX, tornou-se um ícone global, dominando o mercado de câmeras e filmes fotográficos.
A virada veio a partir de 1975, com o avanço da fotografia digital — ironicamente, uma tecnologia que a própria Kodak ajudou a desenvolver, mas não priorizou comercialmente.
Nos anos 1990, as vendas despencaram, gerando dificuldades financeiras cada vez maiores.
Em 2012, a empresa pediu falência, com dívidas que chegavam a US$ 6,75 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões). Mais tarde, em 2020, a Kodak diversificou suas atividades e passou a atuar também no setor farmacêutico, ao ser contratada pelo governo dos EUA para produzir ingredientes.
Hoje, a Kodak mantém a produção de filmes e produtos químicos para a indústria cinematográfica e licencia sua marca para diversos itens de consumo.
No entanto, o peso das dívidas e a falta de liquidez ameaçam a sobrevivência de uma das marcas mais icônicas da fotografia.
Imagem de 2004 mostra filmes antigos da Kodak antes de irem para a reciclagem em um laboratório na França.
AFP
Plano de recuperação
Diante do cenário desafiador, a Kodak avalia suspender os pagamentos do plano de aposentadoria dos funcionários. No entanto, a medida pode não ser suficiente, especialmente com os impactos das tarifas de Donald Trump.
O CEO Jim Continenza afirmou que, apesar da incerteza do mercado, a empresa segue avançando em seu plano de longo prazo e confia em pagar parte significativa da dívida, buscando renegociar ou refinanciar o restante.
m anúncio da Kodak para filmes e câmeras na faixada da loja Morgan Camera Shop, na Sunset Boulevard, California.
Reuters
Fonte: G1 Read More