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Indústria brasileira registra queda de 0,2% em julho, quarto mês sem crescimento
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2º dia no STF terá defesas de Bolsonaro, Braga Netto e mais dois réus
O dólar opera em queda nesta quarta-feira (3). Por volta das 11h15, a moeda americana recuava 0,39%, cotada a R$ 5,452. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, tinha queda de 0,22%, aos 140.029 pontos.
No Brasil, investidores acompanham nesta quarta-feira o segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). No cenário internacional, a atenção se volta para a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos.
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▶️ Hoje, a Primeira Turma do STF retoma o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Ontem, o mercado demonstrou preocupação com a possibilidade de que uma eventual condenação do ex-presidente leve o governo de Donald Trump a adotar novas medidas contra o Brasil.
🔎 Esse receio teve impacto direto no setor bancário, já que instituições financeiras podem ser afetadas por medidas previstas na Lei Magnitsky. Na terça, as ações do setor caíram em bloco, mas hoje operam mistas.
▶️ Ainda no cenário local, os investidores reagem à divulgação da produção industrial, que caiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior.
▶️ Nos EUA, investidores reagem ao relatório Jolts, que mostrou queda nas vagas em aberto (-176 mil) e leve alta nas contratações (+41 mil) e demissões (+12 mil) em julho.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,96%;
Acumulado do mês: +0,96%;
Acumulado do ano: -11,42%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,77%;
Acumulado do mês: -0,77%;
Acumulado do ano: +16,67%.
2ºdia do julgamento de Bolsonaro
Nesta quarta-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) dará continuidade ao julgamento da denúncia realizada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, por tentativa de golpe de Estado em 2022.
São julgados o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus do chamado núcleo 1, ou crucial, que reúne aqueles que são considerados os principais integrantes da suposta organização criminosa denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). São eles:
os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Diante disso, há um receio entre os investidores de que uma possível condenação do ex-presidente leve o governo de Donald Trump a impor novas sanções contra integrantes do Supremo.
Durante o pregão da terça, a maioria das ações bancárias fechou em queda, já que o setor pode ser diretamente afetado por medidas previstas na Lei Magnitsky. Entre as instituições, apenas os papéis do BTG Pactual subiram.
Os receios em torno da Lei Magnitsky também influenciaram na alta do dólar. “Com o julgamento de Bolsonaro em andamento, as expectativas de novas sanções por parte dos Estados Unidos tornam o mercado de câmbio mais vulnerável à volatilidade”, explica Marcio Riauba, responsável pela Mesa de Operações do StoneX Banco de Câmbio.
Ainda assim, o especialista ressalta que fatores externos também contribuíram para a valorização do dólar, em meio a um cenário global de maior cautela. “Esse movimento também foi influenciado pela alta do índice dólar (DXY), diante das preocupações fiscais no Reino Unido, França e Alemanha.”
Produção industrial no Brasil
A indústria do Brasil mostrou mais perda de força no início do terceiro trimestre e voltou a recuar em julho, em um cenário marcado por política monetária restritiva e pela guerra comercial dos EUA.
A produção industrial caiu 0,2% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 0,2% da produção. Com esses resultados, o setor está 15,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,2% na comparação mensal e de ganho de 0,3% na anual.
A indústria brasileira saiu de uma estagnação no primeiro trimestre do ano para crescer 0,5% de abril a junho, porém com o resultado concentrado na atividade de indústrias extrativas, de acordo com os dados do PIB divulgados pelo IBGE na terça.
A indústria brasileira vem mostrando dificuldades para deslanchar este ano, diante de um cenário de política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 15% agravado agora pela política comercial dos EUA, com taxas de 50% sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor em agosto.
Relatório Jolts
Nos EUA, As vagas em aberto, uma medida da demanda por mão de obra, caíram em 176.000, para 7,181 milhões, no último dia de julho, informou o Departamento do Trabalho em sua pesquisa Jolts nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 7,378 milhões de postos não preenchidos.
As contratações aumentaram em 41.000 em julho, para 5,308 milhões. As demissões aumentaram 12.000, chegando a 1,808 milhão. O mercado de trabalho desacelerou, com os economistas culpando as tarifas do presidente Donald Trump. A oferta de mão de obra também diminuiu em meio à repressão à imigração do governo Trump.
Uma pesquisa da Reuters com economistas projeta que o relatório de emprego do governo, a ser divulgado na sexta-feira, deve mostrar criação de 75.000 empregos fora do setor agrícola em agosto, depois de 3.000 em julho. Os ganhos de emprego foram, em média, de 35.000 por mês nos últimos três meses, em comparação com 123.000 durante o mesmo período em 2024, informou o governo em agosto.
A previsão é de que a taxa de desemprego suba de 4,2% em julho para 4,3%.
No mês passado, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou um possível corte na taxa de juros na reunião do banco central dos EUA em 16 e 17 de setembro, reconhecendo os riscos crescentes ao mercado de trabalho, mas também acrescentou que a inflação continua sendo uma ameaça.
O Fed tem mantido sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.
Bolsas globais
O S&P 500 e o Nasdaq abriram em alta nesta quarta-feira diante dos avanços da Alphabet com uma decisão antitruste favorável, enquanto os investidores aguardavam dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos que podem influenciar a próxima decisão do banco central sobre a taxa de juros.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,03% na abertura, para 45.309,43 pontos. O S&P 500 tinha alta de 0,47%, a 6.445,82 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,86%, para 21.461,627 pontos.
Já os mercados europeus operam em alta, recuperando parte das perdas da sessão anterior. O movimento é uma resposta ao alívio nas preocupações fiscais que haviam pressionado os juros dos títulos públicos em países como Reino Unido, Alemanha e França. Além disso, investidores seguem atentos às incertezas sobre tarifas comerciais dos EUA.
Até o momento, os principais índices da Europa registram ganhos: o Stoxx 600 sobe 0,72%, o DAX da Alemanha avança 0,80%, o FTSE 100 do Reino Unido tem alta de 0,57%, o CAC 40 da França sobe 0,97% e o FTSE MIB da Itália registra valorização de 0,46%.
Na Ásia, as bolsas tiveram desempenho misto. Na China, as ações caíram com força após o desfile militar, especialmente no setor de defesa, já que investidores aproveitaram para vender papéis e garantir lucros. Esse movimento levou o índice de Xangai à maior queda diária em uma semana.
No fechamento, o índice de Xangai caiu 1,16%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, recuou 0,68%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,60%. Já em Tóquio, o Nikkei teve queda de 0,88%. Por outro lado, houve alta em Seul (+0,38%) e Taiwan (+0,35%).
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: G1 Read More