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O dólar emendou o quinto pregão consecutivo de queda nesta terça-feira (16), e rompeu o piso de R$ 5,30, em meio à nova rodada de enfraquecimento global da moeda norte-americana. Apesar de dados de varejo e indústria acima das expectativas nos EUA, investidores mantêm a aposta de que haverá espaço para redução de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos até o fim do ano.
O real, que apresentou o melhor desempenho entre emergentes nas últimas sessões, teve nesta terça ganhos mais modestos que outras divisas latino-americanas, como o peso chileno e o mexicano. Moedas de países desenvolvidos foram as que mais se valorizaram, com o euro no maior nível em relação ao dólar em quatro anos.
Termômetro do comportamento da moeda americana ante uma cesta de seis divisas fortes, em especial o euro, o índice Dollar Index (DXY) caiu mais de 0,60% e furou o piso de 97,000 pontos, com mínima a 96,556 pontos. O DXY recua mais de 1,20% em setembro e cai quase 11% no ano.
Por aqui, após mínima de R$ 5,2919, o dólar à vista encerrou o pregão em queda de 0,44%, a R$ 5,2981 – novamente no menor valor de fechamento desde 6 de junho de 2024 (R$ 5,2508). A moeda acumula baixa de 2,54% nas últimas cinco sessões e recua 2,28% em setembro, após recuo de 3,19% em agosto. No ano, perde 14,27%
O provável desfecho da Super Quarta – com corte de pelo menos 25 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve e manutenção da taxa Selic em 15% ao ano – pode levar o dólar a recuar ainda mais por aqui. O aumento do diferencial de juros estimula as operações de carry trade, que ficam ainda mais atraentes em ambiente de baixa volatilidade.
Dados fortes do mercado de trabalho brasileiro reforçam a perspectiva majoritária de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve esperar pelo menos até janeiro de 2026 para iniciar um ciclo de corte da Selic. Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho – a menor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.
Além do impacto do juro elevado sobre a taxa de câmbio, Costa observa que o ambiente externo é “mais amigável” para os mercados emergentes, com a continuidade do enfraquecimento global do dólar. A perspectiva de condições financeiras menos apertadas lá fora tende a trazer fluxo para países como o Brasil, o que leva à apreciação da moeda local.
Com as atenções voltadas para a Super Quarta, o noticiário fiscal doméstico ficou em segundo plano nesta terça. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que pautará na próxima terça-feira, 23, o projeto que limita a dívida consolidada da União. Renan também prometeu pautar um texto alternativo à proposta do governo que tramita na Câmara para ampliar a isenção Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil.
Na reta final do pregão, veio a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro se sentiu mal e foi levado a hospital em Brasília, o que teria jogado os juros futuros curtos para as mínimas da sessão. O dólar, que já vinha abaixo de R$ 5,30, pouco se mexeu. A tese é de que a fragilidade de Bolsonaro dá força ao nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na corrida eleitoral, o que agrada uma ala relevante do mercado.
Bolsa
Pela terceira vez nas últimas quatro sessões, o Ibovespa testou a marca dos 144 mil pontos na máxima do dia, voltando a renovar pico histórico. E nesta terça-feira (16) pela primeira vez, também conseguiu sustentar tal patamar em fechamento, estabelecendo novo nível recorde de encerramento pela segunda sessão consecutiva – e pela terceira vez também nas últimas quatro sessões.
No melhor momento, foi nesta terça aos 144 584,10 pontos durante a sessão e, ao fim, marcava alta de 0,36%, aos 144.061,74 pontos, saindo de mínima na abertura aos 143 546,58 pontos. O giro financeiro desta terça-feira subiu para R$ 21,5 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 1,26% e, no mês, avança 1,87%, colocando o ganho do ano a 19,77%.
Entre as blue chips, o dia foi majoritariamente negativo para as ações de grandes bancos, mas misto no fechamento, o que deu fôlego para o Ibovespa conservar a marca de 144 mil também no encerramento. BB ON subiu 0,55% – na segunda-feira, o papel havia destoado do setor e fechado em baixa – e Santander Unit virou no fim, em alta de 0,24%. Nesta terça-feira, as perdas no segmento foram amenizadas no fechamento a 0,26% (Itaú PN) e 0,23% (Bradesco PN), com a ON de Bradesco sem variação ao fim da sessão.
As principais ações de commodities também tiveram moderada flutuação no encerramento, em terreno positivo para Vale (ON +0,35%) e Petrobras PN (+0,25%), mas negativo ao término para a ON (-0,18%) da estatal. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Marfrig (+5,60%), BRF (+5,28%) e Lojas Renner (+4,19%). No lado oposto, Hapvida (-3,03%), Natura (-2,13%) e Telefônica Brasil (-1,30%).
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos
Fonte: Jovem Pan Read More