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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (16) que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros é uma medida política, parte de uma “guerra ideológica”, e não uma decisão de ordem econômica. A declaração foi feita durante participação remota no J.Safra Investment Conference.
Ao citar a carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicada no New York Times, Haddad ressaltou que o governo brasileiro mantém disposição para negociar, mas frisou a importância de respeitar a Constituição e os trâmites institucionais do país.
“Não dá pra usar a economia — o dólar, a tarifa, ou o que for — como mecanismo de guerra ideológica. Imagina se fosse o contrário: o Brasil usando seu poder contra uma nação amiga para favorecer uma força política dentro de um Estado soberano. Como isso seria visto pelos nossos constituintes? Tanto que parte dos americanos concorda que essa medida não é justificada”, afirmou.
Além disso, o chefe da equipe econômica do governo ressaltou que a medida não deve causar grandes impactos nas exportações, já que boa parte da produção pode ser redirecionada a outros mercados.
“Temos petróleo de qualidade, grãos, pescado, carne… então, não está faltando comprador para os produtos brasileiros”, disse Haddad.
O ministro lembrou que as vendas para os Estados Unidos correspondem a 12% do total exportado e acrescentou que, nos últimos 15 anos, o país acumulou superávit de cerca de US$ 40 bilhões em bens e serviços.
“Não há por que tratar o Brasil da mesma forma que outros países da América do Sul, que são deficitários para os EUA”, afirmou.
O ministro disse ainda que empresários brasileiros têm atuado de forma pragmática nas negociações em Washington e citou como conquista a exclusão da celulose da lista de produtos taxados. Para ele, esse movimento mostra que há espaço para separar disputas políticas de decisões econômicas.
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Adriano Machado/Reuters
*Reportagem em atualização
Fonte: G1 Read More