
Após caos nas bolsas da Ásia, ações europeias despencam por conta do ‘tarifaço’
07/04/2025
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07/04/2025As retiradas de recursos das cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 45,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano, informou nesta segunda-feira (7) o Banco Central.
De acordo com a instituição, nos três primeiros meses deste ano:
os depósitos somaram R$ 998,51 bilhões;
as retiradas totalizaram R$ 1,04 trilhão.
Essa foi a maior saída de valores da poupança, no primeiro trimestre, desde 2023 — quando R$ 51,2 bilhões deixaram a modalidade de investimentos.
No mesmo período do ano passado, a retirada somou R$ 22,6 bilhões.
Veja a evasão de recursos da poupança mês a mês neste ano:
janeiro: R$ 26,22 bilhões;
fevereiro: R$ 8 bilhões;
março: R$ 11,45 bilhões.
Cenário da economia
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de inflação e de endividamento ainda altos, ao mesmo em que a taxa básica de juros está em nível semelhante a 2015/2016, na gestão da então presidente Dilma Rousseff.
Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 1,31% em fevereiro. Foi o maior patamar para fevereiro desde 2003, há 22 anos. Em doze meses, a inflação registrou avanço de 5,06%.
De acordo com o Banco Central, houve um aumento significativo no preço médio dos alimentos nos últimos meses, devido à estiagem e à elevação de preços de carnes. Segundo o banco, o aumento tende a se propagar para os próximos meses.
Indicadores também mostram que o endividamento da população segue elevado. Segundo o BC, ele somou 48,3% da renda acumulada nos doze meses até outubro deste ano.
Juro alto reduz atratividade da poupança
A alta taxa de juro básica da economia brasileira, a Selic, também ajuda a reduzir a atratividade da caderneta de poupança. Atualmente, para tentar conter a inflação, a Selic está em 14,25% ao ano, o maior juro real do planeta.
Pelas regras da poupança, a aplicação segue com rendimento limitado. Isso ocorre porque, com as regras vigentes, quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
De acordo com analistas ouvidos pelo g1, o retorno da poupança tem perdido para outras aplicações em renda fixa. Eles apontaram que investimentos no Tesouro Direto, em CDBs e também CDIs têm registrado melhor desempenho em um cenário de alta dos juros básicos da economia, e que a renda fixa deve continuar atrativa em 2025.
Em análise divulgada em dezembro do ano passado, o UBS avaliou que, com a perspectiva de juros mais altos por mais tempo, o mercado brasileiro de ações deve seguir sofrendo a concorrência de taxas de juros mais altas e apresentar a mesma dificuldade de desempenho que apresentou em 2024.
Fonte: G1 Read More