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O desconforto com o anúncio na quinta-feira (22) à noite das medidas que alteram alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), embora parte delas tenha sido revertida, continuou a reverberar no mercado de câmbio local na sessão desta sexta-feira (23). O aumento do imposto acabou ofuscando o congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, acima do esperado pelos investidores.
Apesar da onda global de enfraquecimento da moeda norte-americana, na esteira de medidas e ameaças protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à União Europeia (alíquota de 50% a partir de junho) e à Apple, o dólar à vista operou em alta em maior parte do pregão, em especial nas primeiras hora de negócios, quanto tocou máxima a R$ 5,7452. Tratava-se de um ajuste ao avanço do dólar futuro para junho na quinta à noite em reação ao anúncio do IOF, quando o mercado spot já estava fechado.
Ao longo da tarde, com ajustes intraday e aprofundamento da queda da divisa lá fora, o dólar foi perdendo força, até que virou para o campo negativo faltando praticamente uma hora para o fim do pregão. Com mínima a R$ 5,6460, fechou negociado a R$ 5,6470, em queda de 0,25%. A divisa termina a semana com perdas de 0,40%, o que leva o recuo acumulado em maio a 0,52%. No ano, o dólar perde 8,63%.
Na quinta, após o anúncio da contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se esquivou de tratar do aumento do IOF, prometendo anunciar as medidas às 17 horas. Isso levou a uma deterioração dos ativos locais, com o dólar passando a subir. A equipe do ministério da Fazenda anunciou em seguida alteração nas alíquotas do IOF para seguros, crédito para empresas, cartão de crédito e débito internacional, compras de moedas em espécie, remessas ao exterior e empréstimo externo de curto prazo.
Foi anunciada incidência de imposto sobre transferências para aplicação a fundos no exterior, mas a Fazenda voltou atrás ainda na quinta-feira. Também houve recuo na intenção de aumentar a alíquota para remessas por pessoas físicas destinadas a investimentos. Além dos ruídos provocados pela dinâmica adotada pela Fazenda, que preferiu separar a divulgação da contenção de gastos do aumento do IOF, houve desconforto com o fato de o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não ter sido informado previamente – fato confirmado por Haddad e pelo próprio Galípolo, em evento nesta sexta à tarde.
Ibovespa fecha aos 137,8 mil pontos, mas cede terreno na semana
Após ter perdido na mínima do dia, pela manhã, o patamar dos 135 mil pontos, o Ibovespa se firmou no campo positivo à tarde, na contramão do ajuste de Nova York, onde voltaram a prevalecer temores em relação a iniciativas tarifárias do governo Donald Trump. Por aqui, após recuo parcial da equipe econômica em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – anunciado por rede social ainda na madrugada -, o Ibovespa lutou e conseguiu subir 0,40%, aos 137.824,29 pontos, na máxima do dia no fechamento, com giro a R$ 20,9 bilhões nesta sexta-feira (23).
Na semana, caiu 0,98%, no que foi seu primeiro revés desde o começo de abril, tendo acumulado ganhos sem quebras no intervalo iniciado em 7 de abril – o correspondente a seis semanas consecutivas. Nesse contexto, as bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta sexta-feira, pressionadas pela escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia. O movimento veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recomendar a imposição de uma tarifa fixa de 50% sobre produtos europeus a partir de 1º de junho.
Em Nova York, o dia também foi pautado pela aversão a risco, com rendimentos dos Treasuries em baixa e os principais índices de ações mostrando perdas entre 0,61% (Dow Jones) e 1,00% (Nasdaq) no fechamento. Aqui, o dólar à vista fechou em baixa de 0,25%, a R$ 5,6470.
As críticas à forma como a equipe econômica anunciou, na quinta-feira, um congelamento bilionário de gastos em paralelo a um novo aumento de impostos, revertido parcialmente em questão de horas, também foram ouvidas em Wall Street, reporta de Nova York a correspondente Aline Bronzati.
A equipe econômica surpreendeu o mercado positivamente na quinta à tarde ao anunciar um congelamento da ordem de R$ 31 bilhões no orçamento deste ano, bem acima das previsões mais otimistas em Wall Street como também na Faria Lima. Mas o efeito favorável na percepção dos investidores acabou sendo neutralizado pelo aumento do IOF, anunciado logo na sequência.
Contudo, após ter fechado na quinta em baixa de 0,44% e de, a partir de então, métricas como o Ibovespa Futuro e o EWZ terem sinalizado uma sexta-feira que parecia bem mais difícil, este dia seguinte ao que seria mais uma derrapada definida no governo acabou se mostrando relativamente mais brando do que se chegou a temer, em especial do meio para o fim da tarde. No pior momento, o Ibovespa foi nesta sexta aos 134.997,30 pontos, mas se estabilizou acima dos 137 mil pontos, tendo alcançado a máxima do dia no fechamento, saindo de abertura aos 137.272,59 pontos. No mês, sobe 2,04% e, no ano, avança 14,58%.
Do meio para o fim da tarde desta sexta, as ações dos grandes bancos reagiram, à exceção mais uma vez de Banco do Brasil (ON -2,51%, na mínima do dia no fechamento). Por outro lado, o principal papel do setor, Itaú PN (+1,21%), e Santander (Unit +0,84%) fecharam o dia nas respectivas máximas da sessão, com Bradesco também mostrando bom desempenho na ON (+0,82%) e na PN (+1,23%).
O fechamento foi positivo também para Vale (ON +0,17%) e Petrobras (ON +0,15%; PN +0,22%, na máxima do dia no encerramento). Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão, Braskem (+9,15%), Raízen (+7,00%) e Direcional (+4,53%). No lado oposto, Azzas (-6,07%), Magazine Luiza (-4,96%) e Vamos (-3,06%). Entre os participantes, as projeções de alta, queda e estabilidade para o Ibovespa na próxima semana têm fatia de 33,33%, cada. Na pesquisa da semana passada, 40% esperavam ganhos e outros 40%, perdas para o índice, enquanto a previsão era de variação neutra para 20,00%.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
Fonte: Jovem Pan Read More