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26/06/2025Informações constam no relatório de política monetária do segundo trimestre deste ano. BC projeta inflação de 4,9% neste ano, acima do teto do sistema de meta, e diz que alimentos seguem com preços altos, apesar da desaceleração no ritmo de crescimento. O Banco Central elevou de 1,9% para 2,1% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
A informação consta no relatório de política monetária do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (26).
Com isso, a instituição retomou uma projeção de crescimento maior, que vigorava antes de março deste ano.
Veja os fatores que levaram o BC a subir a estimativa de crescimento neste ano:
melhora na perspectiva da produção agrícola, com impacto modesto, mas positivo, no PIB;
mercado de trabalho apresentou aquecimento mais intenso do que o antecipado, reforçando as perspectivas de resiliência do consumo das famílias;
espera-se, ainda que com elevado grau de incerteza, que as mudanças no crédito consignado para trabalhadores do setor privado tenham algum impacto sobre o consumo e o PIB.
Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%.
Uma alta menor, neste ano, conforme projetado pelo BC e por analistas do setor privado, representará uma desaceleração no ritmo de crescimento.
“Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre. Essa moderação esperada decorre da manutenção de uma política monetária restritiva, do reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção, da perspectiva de moderação do crescimento global e da redução do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre”, informou o Banco Central.
Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas.
No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Alta dos juros
A projeção de uma expansão menor do PIB, neste ano, acontece em meio a um processo de alta dos juros para conter pressões inflacionárias.
O Comitê de Política Monetária do BC subiu a taxa básica da economia por sete vezes seguidas. O juro atingiu 15% ao ano na semana passada, maior nível em 20 anos.
E o Banco Central indicou que deverá interromper o processo de alta dos juros, mas também informou que a Selic permanecerá alta por um “período bastante prolongado” de tempo.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,1%, em março, para 4,9%.
A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com isso, o BC estima um novo estouro da meta de inflação neste ano, assim aconteceu em 2024.
A probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano caiu de 70%, em março, para 68%.
Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central recuou de 3,7% para 3,6%.
Em seus documentos, a autoridade monetária tem dito, ainda, que a meta de inflação deve ser ultrapassada já em junho deste ano. Isso porque, desde o início de 2025, começou a ser adotado um sistema de meta contínua.
Preços dos alimentos
O Banco Central observou que os preços de alimentos ao consumidor desaceleraram em relação aos dois trimestres anteriores, mas “seguem com variação elevada”.
Os preços do segmento subiram 2,17% no trimestre encerrado em maio, abaixo da variação nos três meses até fevereiro, 3,06%.
A principal contribuição para o movimento vem do recuo no preço da carne bovina ao consumidor, após altas muito intensas até dezembro.
Também houve queda no preço do arroz, com safra doméstica favorável e queda forte nos preços do atacado.
Em menor grau, houve ainda desaceleração em alimentos industrializados no trimestre – que seguem, no entanto, com variações elevadas.
Os preços do café moído, que têm contribuído para a alta do segmento, continuaram com alta intensa no varejo – embora já se observe recuo dos preços do grão no atacado.
Por fim, alimentos in natura, que vinham apresentando variações abaixo do padrão sazonal nos últimos trimestres, tiveram alta relevante no trimestre encerrado em maio, mesmo com a acomodação recente nos preços do ovo de galinha.
Fonte: G1 Read More