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O dólar acentuou o ritmo de baixa ao longo da tarde e furou o piso de R$ 5,50, acompanhando o recuo mais expressivo tanto da moeda norte-americana no exterior quanto das taxas dos Treasuries, diante de apostas crescentes em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O real apresentou nesta quinta-feira (26), o melhor desempenho entre as moedas mais líquidas, incluindo desenvolvidas e emergentes.
Operadores atribuem o fôlego extra do real, em parte, à percepção de um quadro benigno para a economia brasileira, com arrefecimento da inflação revelado pelo IPCA-15 de junho. Além disso, houve reforço do compromisso do Banco Central com a busca pela meta de inflação na apresentação nesta quinta do Relatório de Política Monetária (RPM).
As expectativas em torno da corrida presidencial de 2026 também estariam contribuindo para a apreciação do real, segundo analistas. A derrubada do decreto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na quarta pelo Congresso mostraria enfraquecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chances de vitória de um candidato mais à direita no espectro político, em tese favorável à política fiscal mais austera.
Com mínima a R$ 4,4996, o dólar à vista encerrou o pregão em queda de 1,02%, a R$ 5,4986 – menor valor de fechamento desde o dia 17 (R$ 5,4968). Após o tombo desta quinta, a moeda norte-americana volta a apresentar baixa na semana (0,48%). As perdas em junho são de 3,86%, o que leva a desvalorização acumulada no ano a 11,03%.
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – caiu ao menor nível em três anos em meio à notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considera antecipar a nomeação do próximo presidente do Federal Reserve, em substituição a Jerome Powell, cujo mandato termina em maio de 2026. No ano, o Dollar Index cai pouco mais de 10%.
A apresentação do RPM reforçou a mensagem do comunicado da reunião deste mês do Comitê de Política Monetária, quando a Selic foi elevada de 14,75% para 15%, de que a taxa básica de juros ficará em nível elevado por “período bastante prolongado” – o que tende a manter a atratividade do real para operações de carry trade e a desencorajar o carregamento de posições em dólar.
Com foco na derrubada de decreto, Ibovespa volta aos 137 mil
O Ibovespa teve uma recuperação em linha com a perda do dia anterior, replicando o padrão lateralizado que tem prevalecido na B3 ao longo de junho, que manteve o índice na faixa de 136 a 137 mil pontos na maior parte do mês, excetuando-se duas sessões – na quarta-feira e no dia 9 – nas quais tocou em fechamento a casa dos 135 mil.
Assim, depois de ter renovado máxima histórica aos 140 mil pontos em 20 de maio, o Ibovespa mostra uma acomodação, à espera de novos catalisadores que o impulsionem, mas sem grande inclinação a uma correção mais aguda, para baixo. No melhor momento do intervalo, o índice retornou aos 139 mil, no fechamento do dia 16.
Nesta quinta-feira, o índice oscilou entre mínima de 135.755,55 pontos e máxima de 137.352,98 pontos, saindo de abertura aos 135.767,29 pontos. No fechamento, mostrava ganho de 0,99%, aos 137.113,89 pontos, com giro financeiro a R$ 22,0 bilhões na sessão. Em junho, segue no zero a zero (+0,06%), preservando alta de 13,99% no ano.
A recuperação quase integral da perda de 1,02% observada na quarta se ancorou no desempenho das blue chips, quase todas em alta nesta quinta-feira, com Vale ON, o principal papel da carteira à frente, com avanço de 3,01% no encerramento. Outro carro-chefe, Petrobras ON e PN, teve alta de 0,74% e 0,80%, pela ordem. Entre os grandes bancos, exceção para a principal ação do segmento, Itaú PN, em baixa de 0,74% – os ganhos do dia entre as principais instituições financeiras chegaram a 1,60%, em Banco do Brasil ON (na máxima do dia no fechamento, assim como Bradesco PN, +0,91%).
Na ponta ganhadora do Ibovespa, Azzas (+5,97%), Natura (+4,97%), Vivara (+4,26%), TIM (+4,03%) e MRV (+3,63%) – o alívio no mercado de juros e o sentimento de maior apetite por tomada de risco impulsionaram ativos mais sensíveis ao ciclo da economia, como os dos setores de consumo e construção. No lado oposto, contudo, também apareceram nomes como Localiza (-7,28%), Vamos (-7,14%), Vibra (-2,26%) e RD Saúde (-1,68%).
IOF
Nesta quinta, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a equipe econômica tem de duas a três semanas para definir uma solução para a derrubada do decreto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O prazo está ligado ao próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, em 22 de julho. “Foram sinalizados alguns caminhos e vamos ver qual deles vai prosperar para que a gente possa seguir em frente, cumprindo o Orçamento e evitando o cenário mais drástico na execução orçamentária”, afirmou o secretário.
Após a derrubada do decreto, Ceron afirmou que se o governo não conseguir encontrar fontes de receita, “naturalmente vai ter contenção ainda maior”. “A contenção maior vai ter efeitos em políticas públicas; é volume relevante dada a contenção já feita”, acrescentou o secretário do Tesouro. A equipe econômica calcula que o impacto da decisão do Congresso sobre o aumento do IOF é de R$ 12 bilhões.
Ainda na quarta-feira, antes de o Legislativo aprovar o projeto que sustou o decreto do IOF, a ministra responsável pela articulação política, Gleisi Hoffmann, disse que havia risco de descumprimento da meta fiscal de 2025, além de maior dificuldade de efetivação da meta de 2026. Gleisi comentou também que os bloqueios e contingenciamentos terão que ser elevados de R$ 31 bilhões para R$ 41 bilhões.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
Fonte: Jovem Pan Read More