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17/07/2025O aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos a produtos brasileiros para 50%, imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump, com validade a partir de agosto, tem o potencial de afetar quase 10 mil empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos. Essas empresas, por sua vez, empregam 3,2 milhões no Brasil.
Os números foram divulgados pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) — entidade sem fins lucrativos, apartidária e que não possui vínculos ou recebe recursos financeiros de governos. Com a intenção de estimular o comércio com os EUA, ela possui mais de 3.500 empresas associadas.
“O nosso desejo — que é um sentimento, acho que unânime no setor empresarial aqui no Brasil — é o de se buscar a construção de uma solução negociada entre os dois governos e que aconteça de maneira a impedir um aumento tarifário, que teria impactos muito severos para a economia brasileira e também para a economia americana”, informou a Amcham Brasil, por meio de nota.
A Amcham Brasil, que participou de reunião nesta quarta-feira (16) em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, informou ter trazido, no encontro, a visão concreta de várias empresas sobre como elas avaliam o impacto dessas medidas para as suas operações.
“Nós esperamos que essa seja a via que aconteça [solução negociada], e o setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro — e contribuir também do lado americano — trazendo essas suas percepções”, acrescenta a Câmara de Comércio.
Alckmin cita atuação de empresas dos EUA no Brasil
Nesta quarta, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin lembrou que empresas norte-americanas que atuam no Brasil, como a General Motors, a Johnson & Johnson, a Caterpillar também teriam perdas com a imposição da tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump a partir de agosto.
“Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que aliás tem empresa brasileira que tem indústria nos Estados Unidos, quanto as empresas americanas. A General Motors comemorou esse ano, participei do seu centenário no Brasil. A Johnson & Johnson tem 90 anos, a Caterpillar tem 70 anos, muitas delas exportam para os Estados Unidos”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Ele reiterou o desejo do governo brasileiro de se buscar a “construção de uma solução negociada” entre os dois governos para evitar o aumento das tarifas. “O setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro e contribuir também do lado americano, trazendo essas suas percepções”, acrescentou Alckmin.
Tarifas médias de importação
Em fevereiro, a Amcham divulgou dados que mostram que, embora a tarifa média de importação brasileira para o mundo seja de 12,4%, o imposto médio efetivo sobre as importações americanas é de 2,7%.
💵 Segundo a entidade, essa diferença acontece porque:
grande parte do que o Brasil importa dos EUA é isenta de imposto – aeronaves e peças, petróleo bruto e gás natural, por exemplo;
mesmo quando há uma alíquota vigente, existem regimes aduaneiros especiais – “drawback”, ex-tarifário e Recof, por exemplo – que reduzem ou até eliminam por completo a cobrança nos itens trazidos dos EUA.
“Como resultado, mais de 48% das exportações americanas para o Brasil entram sem tarifas, e outros 15% estão sujeitos a alíquotas de no máximo 2%”, informou a Amcham Brasil.
Fonte: G1 Read More