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O Dólar fecha em queda e Ibovespa se reaproxima de recorde com voto de Fux e inflação nos EUAapresentou queda firme nesta quarta-feira, 10, e chegou a operar pontualmente abaixo do nível técnico de R$ 5,40. Segundo operadores, o real acompanhou a valorização de divisas emergentes, em especial ligadas a commodities, após leitura mais fraca da inflação ao produtor nos Estados Unidos.
Também teria contribuído para a baixa do dólar a redução de temores de novas sanções americanas ao Brasil no curto prazo, após a divergência aberta pelo ministro Luiz Fux no julgamento do ex-presidente da República Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A deflação de 0,11% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto não teve impacto relevante na formação da taxa de câmbio, embora tenha esfriado as apostas em corte da taxa básica de juros (Selic) em dezembro. Com mínima de R$ 5,3991, registrada no início da tarde, o dólar à vista fechou em queda de 0,54%, a R$ 5,4069. A desvalorização em setembro é de 0,28%, após recuo de 3,19% em agosto. No ano, as perdas somam 12,51%, o que faz do real a divisa latino-americana de melhor desempenho em 2025.
Em voto marcado por indiretas ao ministro Alexandre de Moraes, Fux afirmou que o julgamento de Bolsonaro não é da alçada do Supremo, porque os fatos ocorreram quando o político já havia deixado a presidência. Além disso, acolheu o argumento de cerceamento de defesa. O ministro defendeu a “nulidade absoluta” do processo.
À tarde, o Banco Central (BC) informou que o fluxo cambial está positivo em US$ 277 milhões no mês até o dia 5, com entrada líquida de US$ 743 milhões via comércio exterior e saída líquida de US$ 466 milhões pelo canal financeiro. No ano, até 5 de setembro, o fluxo total é negativo em US$ 16,627 bilhões, devido à retirada líquida de US$ 53,480 bilhões do lado financeiro.
No exterior, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, rondava a estabilidade no fim da tarde, na casa dos 97,800 pontos, após mínima de 97,595 pontos pela manhã
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% em agosto, ante expectativa de alta de 0,4%. Na comparação anual, houve avanço de 2,6%, abaixo da projeção de 3,3%. O núcleo do PPI – que exclui itens mais voláteis – também surpreendeu ao registrar queda de 0,1% na margem, quando se estimava aumento de 0,3%.
Investidores aguardam a divulgação na quinta-feira, 11, da inflação ao consumidor nos EUA em agosto para calibrar as apostas em torno da magnitude de afrouxamento monetário no país daqui até o fim do ano. Já é dado como certo que o Federal Reserve vai cortar a taxa básica no próximo dia 17, em pelo menos 25 pontos-base.
Bolsa
Em dia de leituras deflacionárias sobre índices de preços tanto no Brasil (IPCA) como nos Estados Unidos (PPI, a métrica do atacado), ambos referentes a agosto, o Ibovespa ganhou fôlego e, pela terceira vez nas últimas quatro sessões, tocou no intradia, sem conseguir sustentar no fechamento, a marca inédita dos 143 mil pontos. Assim, ficou bem perto de renovar a recente máxima histórica de encerramento (do dia 5), nesta quarta-feira, 10, aos 142.348,70 pontos, em alta moderada a 0,52%, e com giro a R$ 18,8 bilhões nesta quarta-feira.
No melhor momento, foi aos 143.181,59 pontos, saindo de mínima na abertura aos 141.611,77 pontos. Na semana, em três sessões, ainda cede 0,20%, com ganho no mês a 0,66% e, no ano, a 18,34%. Para além da agenda econômica, o voto divergente do ministro Luiz Fux, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), deu fôlego à expectativa de que o desenlace do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022 venha a resultar em neutralidade da Casa Branca. Na terça, por meio da porta-voz, a Presidência dos EUA chegou a indicar que países que ferem a liberdade de expressão – como alega ser o caso no Brasil, com o julgamento do STF – estão sujeitos não apenas ao emprego de mecanismos econômicos – leiam-se tarifas comerciais – como também à ação militar.
Em Londres e Nova York, em meio à retomada de tensões no Oriente Médio desde o inédito ataque, na terça, de Israel ao Catar – outro aliado dos EUA na região -, os preços do petróleo seguiram pressionados nesta quarta-feira, em alta de 1,6% na sessão, o que favoreceu as ações de Petrobras (ON +2,56%, PN +1,81%) na B3 Foi o terceiro dia consecutivo de ganhos para as cotações da commodity no exterior.
Vale ON também fechou no positivo, em alta de 0,69%, assim como a maioria dos grandes bancos à exceção de Bradesco (ON -0,83%, PN -0,71%). Destaque para a recuperação vista em Banco do Brasil (ON +3,04%), instituição financeira pública tida como alvo preferencial da Casa Branca em eventuais novas sanções – hipótese que perde força, no momento, com a quebra de consenso pela condenação de Bolsonaro, por meio do voto dissidente do ministro Fux nesta quarta-feira.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, C&A (+4,80%), Marfrig (+4,17%) e Magazine Luiza (+3,70%), à frente de Banco do Brasil. No lado oposto, MRV (-4,83%), Braskem (-3,69%), Suzano (-2,14%) e Klabin (-1,81%). “Na sessão, a deflação pelo IPCA favoreceu, obviamente, empresas com exposição à taxa de juros, como as de varejo C&A e Magazine Luiza, bem como alguns nomes do setor de construção, como Cyrela (em alta de 1,68% no fechamento)”, diz Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Fonte: Jovem Pan Read More