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A Natura anunciou nesta quarta-feira (17) a venda da Avon International, sua subsidiária localizada no Reino Unido, para o fundo de investimento americano Regent. A operação, que exclui as operações da Avon na América Latina e na Rússia, foi fechada por um valor simbólico de £1 (cerca de R$ 7).
Apesar do preço nominal, a Natura poderá receber até £ 60 milhões (aproximadamente R$ 430 milhões, na cotação atual) em earn-outs, segundo comunicado divulgado pela companhia.
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🔎 Earn-outs são pagamentos adicionais que o vendedor de uma empresa pode receber após a conclusão de uma venda, dependendo do desempenho futuro do negócio.
O acordo também prevê pagamentos contingentes, que também só serão feitos se a Avon International atingir determinados resultados financeiros no futuro ou ocorrerem eventos específicos de liquidez, como venda de ativos ou entrada de investidores na Avon International.
Após o anúncio da venda, as ações da companhia de cosméticos saltaram na bolsa brasileira. Em dia de agenda esvaziada após decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, os papéis da Natura, listados na B3 sob o ticker NATU3, subiam mais de 15% por volta das 14h30, cotados a R$ 10,21.
No mesmo horário, o principal índice da bolsa brasileira subia 0,02%, aos 145.628 mil pontos.
Outros termos do acordo
Como parte do acordo, a Natura também vai transformar a maior parte dos empréstimos que concedeu à Avon International em capital da própria empresa, reforçando seu patrimônio antes do fechamento da venda. O saldo remanescente será transferido para a compradora sem contrapartida, após o cumprimento de condições definidas entre as partes.
Além disso, a empresa brasileira fornecerá à Avon International uma linha de crédito garantida de até US$ 25 milhões (cerca de R$ 123 milhões, na cotação atual), com prazo de cinco anos e possibilidade de saque no primeiro ano após o fechamento da transação.
Segundo a Natura, a marca Avon e suas operações na América Latina continuarão sob seu controle, incluindo direitos econômicos e propriedade intelectual. Já o mercado russo da Avon segue em análise, com a companhia avaliando alternativas estratégicas.
O fechamento da operação depende de aprovações regulatórias e está previsto para o primeiro trimestre de 2026.
Além da Avon International, a Natura também anunciou na segunda-feira (15) um acordo vinculante para venda de operações da marca Avon em países da América Central por US$ 22 milhões.
A operação para a venda das operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana — reunidas sob a designação Avon Card — foi acertado com o Grupo PDC, empresa de bens de consumo com presença na América Central e no Peru.
A venda da Avon International, assim como a alienação das operações na América Central, faz parte da estratégia da Natura de simplificar sua estrutura e concentrar esforços na América Latina.
A compra da Avon pela Natura
Em maio de 2019, a Natura anunciou a aquisição da Avon Products em uma operação de troca de ações (all-share merger), avaliando a Avon em US$ 3,7 bilhões (aproximadamente R$ 19 bilhões).
A transação excluiu as operações da Avon na América do Norte e Japão.
Com a conclusão da compra, em janeiro de 2020, foi criada a holding Natura &Co, reunindo as marcas Natura, Avon, The Body Shop e Aesop, tornando a Natura o quarto maior grupo de beleza do mundo, com um valor de mercado de aproximadamente US$ 11 bilhões.
Após a fusão, a Natura &Co passou a ter presença em mais de 100 países, com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras, e um faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.
Em 2023, a Natura &Co vendeu a marca Aesop para o grupo L’Oréal por US$ 2,5 bilhões e, posteriormente, a The Body Shop para o fundo Aurelius por £ 207 milhões, concentrando as operações da Natura e Avon na América Latina.
Loja da Natura no shopping Morumbi, em São Paulo
Taís Laporta/G1
Fonte: G1 Read More