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02/07/2023 No Espírito Santo, cultivo da fruta é feito com mão de obra quase toda familiar, em regiões que variam de 200 a 1,2 mil metros de altitude. Clima em cada região faz a diferença na colheita da tangerina, como também é conhecida. Saiba como o clima pode interferir na colheita da mexerica ponkan
No Espírito Santo, existe o chamado “cinturão da mexerica”, composto por sete municípios. O cultivo da fruta é feito com mão de obra quase toda familiar, em regiões que variam de 200 a 1, 2 mil metros de altitude. O engenheiro florestal Raoni Ludovino de Sá explica que é essa altitude que faz a diferença no momento em que o produtor vai colher a tangerina ou mexerica ponkan, como também é conhecida.
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“Quando você planta a mexerica em um região mais baixa, ela vai adiantar a produção. Se você subir na altitude, essa produção vai chegar em agosto e ainda tem mexerica. Isso para o produtor é muito bom porque sai da safra e ele garante um preço melhor pra venda”, disse o engenheiro florestal.
Domingos Martins, na Região Serrana do estado, tem 610 hectares plantados com mexerica e, este ano, a produtividade deve chegar a quase 18 mil toneladas. Em algumas regiões, segundo o engenheiro Raoni Ludovino, o clima interferiu no início da colheita da fruta este ano.
“O clima na região de Biriricas e Galo atrasou a colheita, que é um lugar que chegaria antes. Em Pedra Azul, deu uma adiantada, muito por conta da condição climática. A chuva não foi tão regular, as temperaturas deram uma mudada. Um lugar que ficou mais seco ficou mais quente, e um lugar quente ficou ainda mais quente, e isso interferiu”, disse o engenheiro.
Mexericas produzidas em Domingos Martins, ES
Reprodução/TV Gazeta
Na propriedade de 1 hectare com 1,3 mil pés da fruta em Parajú, distrito do município, o produtor Niobem Francisco Simmer está otimista e espera que a safra deste ano seja melhor do que a do ano passado.
“Quando o tempo é chuvoso e a natureza ajuda, nós somos agraciados com isso. E este ano isso aconteceu”, disse.
A colheita começou em maio e está na metade e deve terminar em agosto quando as últimas frutas estiverem prontas. O agricultor disse que está ampliando o cultivo na propriedade e espera colher mil caixas, cerca de 25 mil quilos da fruta.
Em outra lavoura, também em Parajú, os pés estão ainda mais carregados. Enio Littig diz que a colheita está boa, mas vai produzir menos do que no ano passado.
Família colhendo mexericas ponkans no ES
Reprodução/TV Gazeta
“O clima ajudou bastante. A produção não foi tanta, mas em termos de preço já foi bom”, disse o produtor.
Controle de pragas
Raoni Ludovino de Sá, engenheiro agrônomo do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), acompanha o controle da pragas na Região Serrana e falou sobre os tipos mais encontrados.
“A praga que a gente está acostumado na região seria o pulgão e a gente está ficando muito atento com a mosca negra, que a gente está tendo em regiões mais baixas, e outras doenças como a alternaria, que a gente também fica muito atento. Depois da colheita, tem que ficar atento ao fungo que ficou da colheita passada”, orienta Raoni.
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Niobem disse que o combate à outra praga na propriedade, a mosca da fruta, é feito com um produto orgânico que é colocado em armadilhas nos pés das plantas.
A orientação do especialista é que após a colheita os produtores se preparem para a próxima.
Pés de mexericas em Domingos Martins, ES
Reprodução/TV Gazeta
“A gente orienta a fazer o manejo pós-colheita. Os frutos que ficaram no chão, ele vai catar, colher os frutos e vai levar pra fora da lavoura. Depois, ele vai vir com a poda, de formação de novo. Os galhos quebrados, alguns que secaram, ele vai ter que retirar e vai ter que fazer umas plantações novas e também vai retirar porque ali ele vai ventilar essa planta e evitar que venham novas doenças. Outro item muito importante é fazer a análise de solo, levar pra um laboratório e um técnico agrônomo pra ele fazer uma recomendação da adubação de cobertura que vai ter que ser feita”, disse o especialista do Incaper.
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Colheita de mexerica ponkan na região Serrana do ES.
Reprodução/TV Gazeta
As frutas colhidas nas propriedades são levadas para a sede de uma cooperativa, onde a produção é separada e levada pra várias cidades, inclusive para São Paulo, onde as frutas são destinadas à merenda escolar.
“A gente está conseguindo tirar hoje mais de 10 milhões de frutas de Domingos Martins e mandando pra outros estados e municípios. Isso está ajudando muito e não está baixando o valor da fruta. Está sendo um diferencial para o cooperativa”, disse Darli José Schaeffer, presidente da cooperativa.
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Fonte: G1 Read More